Há um bloco político no Congresso Nacional que foi definido como “Centrão”. O motivo? Sua ausência de identificação com qualquer corrente ideológica e o pragmatismo das negociações para aprovação de matéria com interesses nublados, além de seus componentes fisiológicos. Um dos nomes que são postos como de alta relevância nesse bloco é o deputado federal Arthur Lira (PP).

No início de 2019, esse bloco era visto com a dor de cabeça do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Na época, Bolsonaro estava no PSL. Houve o rompimento e a divisão do PSL em duas alas: os bolsonaritas e os bivaristas, em referência ao também deputado federal Luciano Bivar (PSL).

Em Alagoas, apesar do rompimento nacional, o dirigente estadual Flávio Moreno continuou se afirmando como um apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Outro membro do PSL de destaque na Terra dos Marechais é o deputado estadual Cabo Bebeto, que só permaneceu na agremiação para não perder o mandato, uma vez que não conseguiu – por meio de tentativa de acordo com Moreno – ser expulso.

Bebeto disse isso abertamente e trabalha pela consolidação do Aliança Pelo Brasil. Aliás, só não se encontra na disputa pela Prefeitura de Maceió porque o novo partido de Jair Bolsonaro não conseguiu se consolidar para o atual pleito de agora.

A política deu voltas e, diante do quadro da disputa pela Prefeitura de Maceió, o PSL tomou uma posição que elimina a possibilidade de Moreno concorrer ao cargo majoritário. Ele passa a mirar – conforme bastidores – em uma das cadeiras da Câmara Municipal da capital alagoana.

O PSL passa, portanto, a apoiar a pré-candidatura a prefeito do deputado estadual Davi Davino (PP), que é do grupo político de Arthur Lira e do ex-senador Benedito de Lira. Com isso, Davino consegue aglutinar quatro partidos ao redor dele: o PSL, o próprio PP, o Solidariedade e o PRB.

Informações de bastidores dão conta de que o destino do PSL em Maceió foi decidido em Brasília (DF) e pode ficar sob o comando do presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, o deputado Marcelo Victor (Solidariedade).

Davi Davino não fala sobre como se deu o acordo, mas confirma a presença do PSL na chapa: “O PSL agora faz parte do nosso grupo”, pontou em entrevista ao CadaMinuto. O PRB – que também se encontra nessa prévia coligação – tem um deputado federal alagoano: Severino Pessoa.

Davino deve assumir publicamente a candidatura depois que for eleito o presidente municipal do PP em Maceió. Enquanto isso, faz charminho como se outros nomes existissem para a missão.

Portanto, pelo menos em Alagoas, o PSL estreita as relações com um nome do Centrão.