Em entrevista ao CadaMinuto, como publicado na Coluna Labafero, o deputado estadual Davi Davino (PP) ainda está no páreo das pré-candidaturas à Prefeitura de Maceió. Se essa vai se consolidar ou não, aí é outra história…

Todavia, ao dizer que a legenda já se encontra a sua disposição para disputar o Executivo municipal da capital alagoana, Davino mostra que o partido pode buscar o papel de protagonista no processo eleitoral, dependendo apenas das circunstâncias do cenário e da viabilidade do deputado estadual.

Davi Davino sabe que ninguém é candidato de si mesmo. Afinal, a consolidação de uma candidatura depende da construção e um grupo, da capilaridade eleitoral, de recursos financeiros, dentre uma outra série de questões.

Agora, se o PP discute de forma séria encabeçar uma chapa e se coloca na mesa de negociações com essa possibilidade, eis aí uma dificuldade a mais para o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB).

Palmeira pode acabar perdendo um dos partidos de sua base ou firmando uma aliança que não tenha um tucano na cabeça. Obviamente, Rui Palmeira – por ser seu segundo mandato – não pode ser candidato à Prefeitura.

Nas articulações, Rui Palmeira já entrou em rota de colisão com o senador Rodrigo Cunha (PSDB). Cunha quer alianças em Maceió e não necessariamente um candidato tucano. Palmeira insiste que o PSDB lance candidato próprio e chegou a escrever para a Executiva nacional dos tucanos cobrando o cumprimento de uma resolução que garante a candidatura própria.

Nos bastidores já é dito que o embate entre Palmeira e Cunha pode levar o atual prefeito a sair do PSDB e migrar para o Podemos, que é comandado pelo secretário municipal de Iluminação Pública, Tácio Melo.

É que para Rui Palmeira, a eleição de agora envolve também o início da construção do cenário para o ano de 2022. O prefeito já deixou claro o desejo de concorrer ao cargo de governador nas eleições estaduais. Para isso, precisa ter um grupo que seja comandado por ele.

Essa é a razão pela qual não aceita os planos de Rodrigo Cunha para as eleições municipais da capital. Cunha tem aproximação com o deputado federal João Henrique Caldas, o JHC (PSB). Uma aliança entre os dois pode dificultar os planos futuros de Rui Palmeira, já que um possível prefeito eleito não teria, necessariamente, compromisso com ele (Rui Palmeira) para a disputa pelo governo do Estado lá na frente.

Caso Davi Davino se fortaleça na construção de uma candidatura majoritária, por consequência Rui Palmeira se enfraquece. O PP tem outros caciques que, por mais alinhados e amigos que sejam do prefeito, também possuem seus planos.

O fato é que Rui Palmeira paga pelos erros cometidos nas eleições estaduais passadas. O erro não foi deixar de ser candidato e enfrentar o atual governador Renan Filho (MDB), mas fazer isso de forma tal que desarticulou uma base e enfraqueceu a oposição, pois essa não teve nome para disputar o Executivo estadual, garantindo um fácil caminho ao MDB.

O PSDB foi o coveiro de si mesmo. Com a oposição ao MDB do jeito que se encontra hoje, várias frentes se anunciam como concorrentes à Prefeitura de Maceió.

Davi Davino – que trabalha com uma cautela – tenta construir, o que é legítimo, o seu caminho. Inclusive, tem tentado, conforme informações de bastidores, uma aproximação com grupo alinhados à direita. A candidatura de Davino, caso exista, pode ainda contar com o apoio de alguns deputados estaduais.