Na sexta-feira passada, um evento do Podemos – liderado pelo secretário municipal e fiel escudeiro de Rui Palmeira (PSDB), Tácio Melo – reuniu o chefe do Executivo municipal e o ex-deputado federal Ronaldo Lessa (PDT). O pedetista está, mais uma vez, próximo do grupo tucano.
Lessa tem “idas e vindas” com o tucanato. Na gestão passada do prefeito Rui Palmeira (PSDB), ele ocupou espaços dentro da administração e indicou cargos. Quando concorreu à reeleição para a Câmara de Deputados, se aliou ao grupo rival de Rui: os Calheiros.
O PDT de Lessa ocupou os cargos da Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Alagoas (ARSAL) ao fechar acordo político com Renan Filho (MDB).
A gestão do PDT na ARSAL foi um desastre e desgastou a relação com Renan Filho.
Derrotado nas urnas em 2018, PDT teve o espaço reduzido no Palácio República dos Palmares e Lessa foi ser secretário estadual de Agricultura como prêmio de consolação. Ele não conseguiu nomear sua base, perdeu força política e enfrentou problemas na estrutura governamental.
Resultado: Lessa rompeu com Renan Filho e saiu do Executivo com um discurso de independência e a possibilidade de disputar a Prefeitura de Maceió em 2020. Todavia, ninguém é candidato de si mesmo. Agora, há uma aproximação entre Ronaldo Lessa e Rui Palmeira (PSDB). O evento do Podemos mostrou essa porta aberta.
Em entrevista ao jornalista Delane Barros – para o Jornal das Alagoas – Ronaldo Lessa frisou que o “importante nesse momento” é união. Ele chegou a sugerir um amplo leque de legendas para atuar de forma unida em municípios com maior densidade eleitoral.
“É uma nova realidade que se apresenta e uma alternativa é justamente a união de partidos, mesmo com linhas de pensamentos diferentes, mas um mesmo propósito, que seja o de garantir a representatividade da sociedade, de maneira mais ampla possível”, pontou o ex-deputado federal.
Eis a política alagoana. Pouco há de diferença entre os grupos que se apresentam e o que motivam as uniões e separações.