É inegável que o PSL vive rumos incertos. Entre os que possuem mandato de deputado federal, os bolsonaristas devem ser expulsos do partido, permanecendo apenas a ala bivarista.
O presidente Jair Bolsonaro – por sua vez – corre para consolidar o Aliança Pelo Brasil. Porém, as eleições municipais estão chegando e há um dilema para muitos pré-candidatos que estão mais distante desse furacão, mas sofrem indiretamente: o novo partido pode não ser aprovado até lá, e permanecer no PSL significa – de certa forma – dificuldades para a associação de imagem entre os pré-candidatos e Bolsonaro.
Em Alagoas, o PSL é comandado pelo dirigente Flávio Moreno. Em recentes entrevistas, ele disse que o partido pretende ter 50 pré-candidatos na disputa por vereanças e prefeituras. A maior dificuldade da legenda, entretanto, será o discurso, já que o principal cabo eleitoral está fora dela, que é – repito – o presidente. Enfim, são muitas as incertezas…
Todavia, diante desse cenário, destaco aqui algumas falas do deputado estadual Cabo Bebeto (PSL) em recente entrevista ao Jornal das Alagoas. O parlamentar conversou com o jornalista Fillipe Lima e pontuou os possíveis projetos para 2020, independente do futuro do PSL.
Cabo Bebeto voltou a frisar algo que já tinha dito nesse blog: independente do que venha acontecer com a legenda, estará ao lado de Jair Bolsonaro. Como para bom entendedor meia palavra basta, o deputado estadual deixa claro que acompanhará o presidente na formação do Aliança Pelo Brasil, mas que permanece no PSL para não pôr em risco o mandato. Coisas da política. Afinal, é a situação dos parlamentares federais.
Entretanto, as incertezas em relação ao futuro não fizeram – e isso fica claro na entrevista concedida ao Jornal das Alagoas – Cabo Bebeto abandonar a possibilidade de disputar a eleições em 2020.
O deputado estadual diz que “tem que sentir” se terá força para encampar uma candidatura à Prefeitura de Maceió, já que ninguém é candidato de si mesmo. Nisso, ele está corretíssimo.
Uma candidatura desse porte envolve uma construção, um grupo e um partido coeso em relação ao objetivo. O PSL não é – atualmente – esse partido. O Aliança Pelo Brasil pode não se consolidar até o pleito de outubro.
É válido lembrar que Bebeto renunciou a presidência do diretório de Maceió. Esse foi um gesto de apoio ao presidente Bolsonaro. Ele foi indagado sobre o assunto, mas pontou de forma enfática que o que pode responder no momento é que “estava, está e estará com o presidente”.
Sobre a possibilidade de candidatura em Maceió (o nome do Cabo Bebeto já chegou a ser defendido pela presidência nacional do PSL), ele responde: “Eu ficou lisonjeado, mas na verdade eu não posso ser candidato pelo interesse de um político. Eu tenho que sentir isso do povo e sentir se tenho força. É isso que fará com que eu saia como candidato ou não”.
O deputado estadual diz ainda acreditar que – nas eleições de 2020 – os bolsonaristas terão um importante desempenho. “Bolsonaro é um grande puxador de votos. É uma referência. Quem tiver alinhado com ele, colherá frutos nessa eleição, seguindo essa linha do presidente”.