Em entrevista ao jornalista Ricardo Mota, o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), destacou que será candidato ao governo do Estado de Alagoas em 2022.
Bem, ainda é muito cedo para qualquer análise nesse sentido, pois a História mostra que ninguém é candidato de si mesmo e, no curso dos acontecimentos imprevisíveis, entra em cena uma série de acordos, compactuações, cenários possíveis etc. Todavia, há sim o que dizer...
Rui Palmeira é um nome que tem sua capilaridade eleitoral? Sim. As pesquisas de opinião mostram que possui uma administração com considerável índice de aprovação.
Em 2020, será um importante cabo eleitoral na disputa pela Prefeitura Municipal de Maceió e trabalha para fazer um sucessor. Todavia, o tucano tem desafios. Um deles é o próprio PSDB.
O “ninho tucano” vem de uma queda livre. Nas eleições de 2018, o partido foi um mero coadjuvante em um processo eleitoral no qual o principal rival político de Palmeira, o governador Renan Filho (MDB), nadou de braçadas.
O erro de Rui Palmeira não foi ter deixado de ser candidato e optado por seguir no comando da Prefeitura Municipal, mas sim fazer isso de forma a desarticular a oposição.
Rui Palmeira foi – ali – um coveiro da própria legenda. Com a oposição desarticulada, o PP assumiu o compromisso com duas prioridades: eleger Arthur Lira para a Câmara dos Deputados (o que se concretizou) e garantir a vitória do ex-senador Benedito de Lira, que não veio.
A disputa pelo governo foi um fiasco. Parte da coligação não aceitou o nome do senador Fernando Collor de Mello (PROS), que acabou desistindo do processo. Coube ao ex-delegado da Polícia Federal, José Pinto de Luna encará a árdua missão com chances mínimas.
O tucano perdeu o apoio do PR e do PDT. Praticamente não se envolveu com o processo eleitoral e tem dado ao mandato de prefeito uma continuação tímida. Rui Palmeira se tornou uma esfinge. O controle do PSDB passou para as mãos do senador Rodrigo Cunha (PSDB), que não é conhecido por ser um exímio articulador.
Dentro do tucanato, há nomes históricos, mas que não possuem – conforme a pesquisa – capilaridade para uma eleição municipal em Maceió. Isso torna difícil a missão de Palmeira de encontrar um candidato dentro do PSDB combalido. Tal fato faz com que aumentem as chances de uma composição com o deputado federal João Henrique Caldas, o JHC (PSB), ou até mesmo com outros nomes de seu grupo, como os pepistas.
E claro: as chances de Rui Palmeira para o futuro passam também pela disputa de agora, na qual se capitalizará ou não.
Mas, como em Alagoas, oposição e situação não possuem grandes diferenças a não ser o lado do palanque, não é de se assustar que – em 2022 – um acordo amplo, já que o governador Renan Filho está de olho no Senado Federal, acabe por garantir para Rui Palmeira os espaços que ele mesmo foi entregando, perdendo ao ficar mais afastado do xadrez político. Eu não duvido disso. Quem hoje briga, amanhã pode estar abraçado.
O fato é que Rui Palmeira não jogou a toalha. Sendo ele um nome no jogo que cada vez mais se antecipa, não pode ser descartado, pois tem sua relevância. Agora, tem também os desafios, incluindo aí dois anos distante dos cargos públicos. Além disso, se houver outros nomes interessados, ao se antecipar dessa forma – o que não é uma de suas características – o prefeito de Maceió também passa a virar alvo.