A morte da jovem Maria Carla Lucas da Silva, de 18 anos, chocou a população alagoana. Maria foi morta após ter marcado um encontro pela internet com um rapaz identificado como José Wellington, de 32 anos, que utilizou um perfil falso para atrair a vítima. Entretanto, é possível identificar um perfil falso? A reportagem conversou com o delegado Thiago Prado, da Seção de Crimes Cibernéticos, que deu dicas de como não cair na armadilha, de como se proteger e afirmou que "quem utiliza perfil falso pode responder por crime de falsa identidade".

O delegado afirmou que geralmente quem usa um fake não tem amigos em comum com a vítima e que as informações repassadas são contraditórias. “Por exemplo, o suspeito afirma que é formado em engenharia, mas tem poucos conhecimentos, não tem nenhuma obra… É cruzar informações com a vida real. Não ter fotos antigas também é um indício de que se trata de um fake, poucos comentários mostram que são perfis que estão sendo criados para praticar crimes”, disse Thiago.

Esses perfis falsos, segundo Prado, servem para receber informações, trocar nudes, marcar encontros. O delegado alertou que já teve casos de vítimas que enviaram nudes e foram vítimas de extorsão. “Também já tivemos casos de pessoas que enviaram informações da vida privada e foram vítimas de estelionato”, contou. “Nesse caso mais recente da jovem, infelizmente, foi um caso que ela marcou um encontro e foi morta”, acrescentou o delegado.

O delegado também ressaltou que quem cria um perfil falso pode responder criminalmente. “Prevê pena privativa de liberdade de 3 meses a 1 ano de prisão, se for crime de menor potencial ofensivo”, explicou.

Sou vítima de um perfil falso. O que posso fazer?

Prado disse que prints são provas para que a polícia possa identificar o suspeito, mas que é necessário que também se denuncie nas redes sociais e que a vítima realize boletim de ocorrência. “As redes sociais já permitem que as pessoas denunciem nas plataformas”, finalizou.

*Estagiário sob supervisão da editoria