Além de familiares e amigos, magistrados do Poder Judiciário de Alagoas e autoridades do meio jurídico em geral compareceram ao sepultamento do desembargador aposentado Antônio Sapucaia da Silva, nesta quinta-feira (3), Campo Santo Parque das Flores, em Maceió.
O presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Tutmés Airan, afirmou que trata-se de uma perda irreparável. “O desembargador Sapucaia foi um homem que desafiou seu tempo, desde sua ascensão ao cargo de juiz. Um cidadão pobre, negro, do interior e sem parentes importantes. Depois que se fez juiz, contra todas essas dificuldades, mostrou-se um magistrado decente, honesto e sobretudo corajoso com suas decisões arrojadas. Vai deixar um vazio enorme, mas também deixa um exemplo espetacular”.
Para o desembargador José Carlos Malta Marques, sua maior marca foi a sinceridade. “Ele caracterizou-se por formar juízos, formar suas verdades, e defendê-los intransigentemente. Inclusive, externando, com toda a sinceridade que lhe era própria, esse seu pensamento. O grande legado que ele deixa é esse exemplo a ser seguido por todos nós”.
O juiz aposentado Diógenes Tenório, hoje ouvidor do Judiciário alagoano, tinha relação pessoal com Sapucaia. “Sua passagem pela magistratura foi marcada pela probidade, pela honradez, pela tenacidade, pela bravura cívica, pelo seu desempenho referência. As gerações vindouras e passadas tomam Sapucaia como um exemplo dignificante, seja para magistratura, para o mundo intelectual ou para a sociedade como um todo. Estamos honrados pelo fato de termos sido amigos do Sapucaia”.
Antônio Sapucaia faleceu aos 81 anos, na madrugada desta quinta. Natural de Rio Largo, iniciou o exercício da magistratura em 1971 e atuou nas comarcas de Água Branca, Colônia Leopoldina, Atalaia, Viçosa e Maceió.
Em 2003, tornou-se desembargador do Tribunal de Justiça pelo critério de antiguidade. Em 2007, assumiu a Presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AL). Aposentou-se de suas funções no Judiciário em 2008. Também foi jornalista e escritor.