Em passado recente, entrevistei o secretário estadual de Infraestrutura, Maurício Quintella Lessa (PR) sobre a possibilidade de paralisação das obras do trecho de número quatro do Canal do Sertão.

O titular da pasta – na época – disse que o tempo da busca da diplomacia tinha se encerrado e que o governo estadual, por meio de sua pasta, divulgaria a situação da obra para tentar pressionar o governo federal pela liberação dos recursos.

De acordo com Quintella, são necessários R$ 132 milhões para finalizar trabalhos do trecho. Desde décadas passadas que o Canal do Sertão se tornou uma esperança para milhões de sertanejos, mas também uma obra que se arrasta no tempo com complicações.

O governo estadual é cobrado por uma política de gestão das águas, há denúncias de corrupção envolvendo gestores e o Canal – por conta de sua potencialidade – sempre serve de cabo eleitoral para os mais variados políticos.

Agora, as obras sofrem a ameaça de paralisação por conta da falta de dinheiro, o que parece ter revoltado o secretário.

Diante da liberação de R$ 16 milhões, parece que a “diplomacia” voltou. Quintella postou em suas redes sociais um agradecimento ao governo federal pelos recursos.

Em um tom mais ameno – pelo menos na postagem – destacou que o Canal do Sertão “é nossa principal obra estruturante e fundamental para garantir segurança hídrica a milhões de sertanejos e agrestinos alagoanos”.

O secretário da gestão do governador Renan Filho também faz cobranças. “Precisamos ainda de R$ 132 milhões para concluir o trecho IV, dos quais 76 estão empenhados e na lei orçamentária de 2019. Receba (direcionado ao presidente Jair Bolsonaro) essas informações e imagens do Canal, tenho certeza que tomarás um susto ao ver a beleza desse empreendimento”, finaliza.

Quintella se refere a um vídeo que não tem “assinatura”. Ao que tudo indica, gravado pela equipe da pasta da Infraestrutura. Na peça publicitária, não há fala do secretário, mas de pessoas moradoras das regiões atendidas pelo Canal do Sertão e de trabalhadores da obra. É destacada a importância do Canal e cobranças a Bolsonaro.

A ideia é fazer o vídeo circular nas redes sociais.