Os consumidores maceioenses estão mais endividados. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio AL, 191 mil consumistas afirmaram estar devendo no mês de agosto. Ainda assim, este número representa uma redução de 1,27% na inadimplência em relação ao mês anterior, julho, onde 193 consumidores estavam na mesma condição. No entanto, na variação anual, a população com dívidas ainda é 2,79% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.
O levantamento aponta, ainda, que o aumentou em 10,37% o número de endividados com contas em atraso, quando comparado a julho. Considerando a variação anual, o volume de atraso de contas é 4,08% menor. Na análise do assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio AL), Felippe Rocha, o aumento do desemprego contribui diretamente para o fato. “O mal desempenho da empregabilidade absoluta no primeiro semestre, com a perda de pouco mais de 23 mil postos de trabalho, reflete nessa dificuldade de pagamentos em dia das dívidas contraídas”, avalia Felippe.
Neste cenário, o número de inadimplentes também foi ampliado, subindo 10% em agosto na variação mensal e, em termos anuais, está 6% maior do que no mesmo período do ano passado. “Comparando a outras capitais, o endividamento geral está 0,2 pontos percentuais abaixo da média. Porém, em termos de conta em atraso, estamos dois pontos percentuais acima da média das capitais e, quando se fala em inadimplência, estamos 8,6 pontos acima”, avalia.
O cartão de crédito foi o principal instrumento financeiro utilizado na aquisição das dívidas (84,9%), seguido pelos carnês de loja (11%) e outras formas de dívidas (7,1%), a exemplo do crédito pessoal. Entre os inadimplentes, a possibilidade de quitar integralmente as dívidas agora em setembro é de apenas 5,7%, enquanto 10% disseram que vão pagar parcialmente as dívidas. Já 67% não terão possibilidade de pagamento integral ou parcial, permanecendo nessa situação.
O tempo médio que os inadimplentes maceioenses passam com contas em atraso é de 78,5 dias. No geral, os endividados têm passado, em média, cerca de 6,9 meses com uma dívida, comprometendo 27% da renda pessoal.
Paralelamente à pesquisa do Instituto Fecomércio AL, os dados da Pesquisa Mensal do Comércio de junho, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também demostram a queda no consumo: em junho, redução de 2% em termos mensais e acúmulo de 3,5% na queda nas vendas. Em 12 meses, o volume de vendas foi 7,5% menor.
Já a Pesquisa Mensal de Serviços, os dados do IBGE (junho) apresentam leve alta (1%), acumulando, no ano, perda de 4,6%. Quando comparamos junho deste ano ante junho de 2018, o volume de Serviços demandados foi 3,9% menor.
“Essas informações nos permitem inferir que a redução do endividamento não está sendo compensada por compras à vista, pois os consumidores estão simplesmente comprando menos e evitando novas dívidas”, analisa o economista.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) foi realizada em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
*Com Assessoria
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