O vice-governador de Alagoas, Luciano Barbosa (MDB), tem sido criticado no parlamento estadual pela posição que ocupa: secretário Estadual de Educação. Quase foi convocado pelos deputados estaduais para prestar esclarecimentos na Casa. Por sorte, o líder do governo Sílvio Camelo (PV) transformou a convocação em convite, com base no argumento de que os demais secretários haviam sido convidados para falarem sobre as políticas desenvolvidas em suas respectivas pastas.
Em todo caso, até mesmo governistas – como Jó Pereira (MDB) – salientaram que Barbosa já foi convidado outras vezes, mas não compareceu nem encaminhou representantes. Isso pesou no debate travado na Casa de Tavares Bastos.
Agora, há um fato novo que – coincidentemente – surge logo depois dos parlmentares terem aprovado o convite para Luciano Barbosa. Trata-se da Operação Casmurros, que detectou fraudes em licitação do transporte escolar em Alagoas. Segundo a PF, o Estado acumulou um prejuízo que pode somar R$ 21 mihões.
É válido ressaltar – como fez o opositor Bruno Toledo (PROS) – que não há nada que indique o envolvimento de Barbosa. Por sinal, a própria investigação descarta a participação do gestor. A discussão, portanto, é meramente política. Os deputados estaduais querem saber como tal fato ocorreu debaixo das barbas do secretário.
A Secretaria de Educação – por meio de nota à imprensa – já frisou que tentou se livrar da empresa investigada, mas manteve os contratos por conta de decisão judicial.
Este nem seria o tema do convite ao secretário de Eduação. Mas, como ganhou evidência, os deputados estaduais entraram na polêmica no dia de ontem. Com isso, querem antecipar o quanto antes a vinda de Luciano Barbosa para a Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas.
É esperado que – em se concretizando a sessão com a presença do titular da pasta da Educação – ele vá para a berlinda e seja indagado, de forma mais dura, por alguns nomes em especial: Bruno Toledo, Davi Maia (Democratas), Francisco Tenório (PMN) e Jó Pereira. São os que se mostraram mais interessados na pauta.
Os convites para os secretários – de uma forma geral – será um desgaste para o Executivo. A Casa de Tavares Bastos vive um momento de busca por mais protagonismo e independência.
O tom é diferente daquele com o qual o governador Renan Filho (MDB) contou no primeiro mandato.
Mesmo o Executivo contando com uma bancada governista ampla, não tem escapado de críticas e cobranças feitas pela própria situação. Jó Pereira – por exemplo – teve mais protagonismo no enfrentamento ao governo do que toda a oposição reunida.
Se o governo conseguir adiar essas sessões que querem os deputados, pode até fazer com que elas caiam no esquecimento. No entanto, se os deputados insistirem, encontrarão pano para a manga. Dentre os que estão convidados – Maurício Quintella, Rafael Brito e Luciano Barbosa – o vice-governador passa a ser o de maior destaque. Por ser vice, secretário e pela pasta está passando por essa investigação.