Após a divulgação de uma nova lista de despromoção de policiais e bombeiros militares, dezenas de profissionais das duas categorias se reuniram em frente ao Quartel do Comando Geral, no Centro de Maceió, na tarde desta terça-feira (10).
A terceira lista de despromoções, divulgada hoje, exibiu os nomes de mais oito militares. Com essa decisão, confirmada pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), os militares terão uma perda salarial que pode ir de R$600 a R$ 3 mil. Os profissionais despromovidos ocupavam os cargos de oficiais e possuíam as graduações de capitães.
Em entrevista ao CadaMinuto, o presidente da Associação de Cabos e Soldados em Alagoas (ACS), sargento Wellington Silva, informou que essa ação representa um desestímulo para a categoria e uma desmotivação completa.
“Convocamos o pessoal que foi despromovido e vamos à Assembleia Legislativa do Estado (ALE). Formulamos um documento solicitando ao presidente da Assembleia que forme uma comissão de deputados para que exista uma mediação junto ao Governo para tentar desistir dessa ação”, explicou o sargento.
Questionado sobre a possibilidade da categoria paralisar as atividades, Wellington disse que um agravo interno foi ingressado junto ao Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL). “Essa decisão do presidente vai ter que ser votada no Pleno pelos 15 desembargadores. O presidente vai abrir um prazo pra o Estado e, findando o prazo, nós vamos decidir os próximos passos caso seja negativa a decisão do TJ, mas, até então nós fazer esses movimentos pontuais”, esclareceu.
Ainda de acordo com o sargento, desde o início das despromoções, cerca de 600 profissionais já foram afetados. “Isso afeta psicologicamente o militar e seus familiares. A situação é bastante desesperadora pra essas pessoas”, contou.
Para o ex-presidente da ACS, Major Fragoso, que não foi afetado pela despromoção dos militares, “essas despromoções vieram como uma tempestade na vida dos policiais. Muitos aqui que já fizeram do seu orçamento um patamar financeiro e começaram a financiar uma casa, um carro e até mesmo colocar o filho em uma escola melhor. E agora ser desmoralizado, voltando ao patamar inicial, isso é um transtorno muito grande”, alegou.
Um dos afetados pela série de despromoções, o Sargento Serafim disse que ele e os companheiros de profissão sentiram um abalo muito grande e pediu sensibilidade por parte do Estado. “Eu entendo que isso é um mal entendido e que o Governo vai se sensibilizar e ajudar a tropa miliciana porque ela é quem sustenta o Estado de Alagoas”, disse.
Despromoções
A estimativa é que as despromoções atinjam até dois mil militares, que conquistaram o título há cerca de cinco anos, por meio da Justiça. Com a decisão, as graduações dos militares são rebaixadas e atingem, em sua maioria, profissionais que estão no fim de suas carreiras.
Assim, esses militares da polícia e dos bombeiros devem retornar às suas antigas funções.
*Estagiárias sob supervisão da editoria