O  monitoramento do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) mostrou que partículas de queimadas na África estão atingindo o céu de capitais do Nordeste, dentre elas, Maceió. Na capital, o nível de poluição nesta sexta-feira (30) chegou a 98 ug/m³, 4x mais que o máximo recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

Segundo informações do Lapis, pouco mais de 6km e o Oceano Atlântico separam as cidades de Maceió e Mangai, na cidade da República Democrática do Congo, no sul da África. 

Ainda segundo o informe do Laboratório, apesar da distância, com a poluição do ar pela fumaça dos incêndios no Congo, a população da costa leste do Nordeste está respirando uma quantidade de material particulado muito acima do recomendado pela OMS.

“Esse tipo de material corresponde a partículas extremamente finas, presentes no ar, com diâmetro de até 2,5 micrômetros (µg), ou seja, apenas cerca de 3% do diâmetro de um fio de cabelo”, diz um trecho do estudo.

Nesta sexta, conforme o Lapis, as principais capitais da costa leste do Nordeste, "os níveis de poluição de ar estão perigosamente altos, em função das queimadas do sul da África, em particular na região norte do Congo”.

Em algumas capitais como Maceió, Recife, João Pessoa e, principalmente, Natal, o índice de poluição por esse material particulado está entre 50 e 100 µg/m³. 

O laboratório está monitorando esses fluxos de fumaça que estão atravessando o oceano em correntes de ar. Essa fumaça, de acordo com o Lapis, vem de florestas pegando fogo ou pessoas queimando madeira em regiões mais ao sul da África.