Em entrevista na manhã dessa quarta-feira, dia 31, o senador alagoano Rodrigo Cunha (PSDB) falou sobre diversos assuntos (que tratarei de forma separada nesse blog no decorrer de várias publicações), entre eles, a eleição municipal de 2020. Cunha assumiu o comando do ninho tucano em Alagoas e afirma que trabalhará para o partido crescer em Alagoas, tanto na capital quanto no interior do Estado.

Porém, frisa que seu compromisso agora é com o mandato, apesar de já ter – segundo ele mesmo – iniciado conversas na busca por lideranças que possam disputar prefeituras e os cargos de vereadores pelos diversos municípios. “É preciso também formar essas lideranças. Muita gente busca o meu apoio e eu sempre indago o porquê daquela pessoa querer ser vereador, por exemplo. O PSDB precisa formar novos líderes e esse tem sido um compromisso meu na legenda”.

Diante desse contexto, indaguei ao senador sobre a possível parceria entre ele e o deputado federal João Henrique Caldas, o JHC (PSB). Ambos foram parceiros na eleição passada, quando JHC se reelegeu deputado federal e Cunha chegou – pela primeira vez – ao Senado Federal. A suplente de Cunha, por exemplo, é a mãe de JHC: Eudócia Caldas.

Nos bastidores, se comenta que a aliança reflete um compromisso mais amplo. Estaria em jogo o apoio de Cunha a JHC nas eleições de 2020, pois o deputado federal é cotado como possível candidato à Prefeitura de Maceió. Isso seria retribuído em 2022, com uma possível candidatura de Rodrigo Cunha ao governo do Estado de Alagoas. O tucano, entretanto, nega tais informações. De acordo com ele, a parceria com JHC é boa, mas não contempla compromissos futuros.

“O momento agora é de focar no mandato. O JHC me ajudou muito nas eleições passadas, me ajudando na caminhada em alguns locais. A votação que ele teve em Maceió, evidentemente, o credencia a disputar a Prefeitura. Dizem que houve um acordo com JHC visando eleições futuras. Eu não assumi compromisso com JHC para eleição municipal. O PSDB tem hoje a Prefeitura de Maceió e o prefeito Rui Palmeira tem que ser ouvido nesse sentido. Eu não tratei desse assunto com o Rui para saber o que ele pensa”, coloca.

Cunha cita Palmeira por saber que o prefeito e JHC possuem suas divergências desde o final do primeiro mandato da gestão municipal. O deputado federal e Rui Palmeira já se enfrentaram nas urnas. “Queremos que o PSDB tenha capacidade de eleger prefeitos e vereadores. O objetivo é fortalecer os prefeitos do partido. O Rui não vai mais para a reeleição. Então, há uma discussão sobre a sucessão a ser feita”, frisou.

Rodrigo Cunha também comentou o futuro processo eleitoral em Arapiraca. Ele reconheceu que a gestão de Rogério Teófilo (PSDB) vem enfrentando problemas. “Rogério tem uma corrida contra o tempo para melhorar os indicadores de Arapiraca. A população está esperando isso. Naturalmente, ele deve ir para a reeleição. Eu espero que, nessa corrida contra o tempo, o que ele planeja dê certo”, frisou.

Cunha tem ainda uma boa relação com o deputado federal Severino Pessoa (PRB), que hoje está afastado de Rogério Teófilo. Mas, para o senador é preciso abrir frente para o diálogo para buscar o que une os políticos que podem estar no mesmo bloco. É a mesma situação – por exemplo – com outra liderança do município: Aurélia Fernandes. Os desafios de construir alianças que privilegiem os tucanos em Alagoas está nas mãos do senador, mas – ao menos quanto em Arapiraca – o tucano não foi enfático ao avaliar as condições de Teófilo.

Quanto a Maceió, brigar pelo nome de JHC no pleito pode ser – e deve ser! - uma das opções de Rodrigo Cunha, mas também há o desafio de estreitar os laços. É que dentro da gestão municipal há outros nomes que também esperam o apoio dos tucanos, como o vice-prefeito Marcelo Palmeira (PP), que pensa em uma possível candidatura. Daí, Cunha adotar o discurso da cautela quando fala como dirigente partidário.

Atualmente, Rodrigo Cunha é a maior estrela do tucanato. É que – na eleição de governo, no ano passado – o prefeito Rui Palmeira abriu mão de ser o grande articulador do grupo, o que deixou a oposição – naquele momento – acéfala. Tanto é assim que se apostou na candidatura do senador Fernando Collor de Mello ao governo estadual, mas essa não vingou. O ex-superintendente da Polícia Federal, Pinto de Luna (PROS), acabou assumindo a árdua missão sem qualquer chance de competir com o governador Renan Filho (MDB).

Isso enfraqueceu o ninho tucano que viu a redução – inclusive – do número de prefeitos no Estado, já que alguns abandonaram a sigla. Os tucanos ainda possuem Maceió e Arapiraca, que são dois colégios eleitorais importantes. Todavia, em Arapiraca a situação de Teófilo é difícil. Em Maceió, os tucanos não possuem nome para a disputar a Prefeitura em 2020, já que Rodrigo Cunha não é candidato.