Subiu para 57 o número de detentos que morreram na rebelião que ocorreu na manhã desta segunda-feira no Centro de Recuperação Regional deAltamira , no Sudoeste do Pará . A Superintendência do Sistema Penitenciário do estado (Susipe) informou que 16 pessoas foram decapitadas.

Do lado de fora do presídio, familiares se aglomeram em busca de informações. O confronto teve início após presos do bloco A invadirem o anexo do presídio, onde estavam custodiados membros de um grupo rival. O motim durou cerca de cinco horas. Dois agentes penitenciários foram feitos reféns, mas liberados uma hora depois após uma negociação que envolveu o juizado de Altamira, o Ministério Público e a Polícia Civil.

Relatório aponta falhas no presídio

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontou como "péssimas" as condições do Centro de Recuperação de Altamira. O relatório foi divulgado nesta segunda-feira (29), dia em que ocorreu a rebelião.

O documento lista diversos problemas que colocam em risco a segurança dos detentos. Além da superlotação, a CNJ também constatou um número baixo de agentes penitenciários, apenas 33. O relatório aponta ainda que, a unidade possui 343 presos do sexo masculino. O número revela que a unidade abriga mais que o dobro da capacidade projetada, que é para 163 vagas.

Ainda no documento, o CNJ apontou há "necessidade de nova unidade prisional urgente" e solicitou aumento do número de agentes que trabalham para reforçar a segurança.

A Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe) reconheceu que o prédio é antigo e disse que o presídio foi construído de forma adaptada, utilizando contêineres.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou, há pouco, que ofereceu ao governo do Pará vagas em presídios federais para transferir os líderes da rebelião ocorrida hoje em Altamira.  

Em nota à imprensa, o ministro Sérgio Moro lamentou as mortes na rebelião e determinou que Força Nacional fique de prontidão para atuar se for necessário. Moro também quer a intensificação do trabalho de inteligência policial. 

A pasta também informou que o ministro conversou de manhã com o governador do Pará, Helder Barbalho, e participou de uma reunião de emergência no início da tarde com secretários da ministério, além dos diretores da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, para tratar do caso. 

Leia a nota na íntegra:

"O Ministério da Justiça e Segurança Pública disponibilizou vagas no Sistema Penitenciário Federal para transferência e isolamento das lideranças criminosas envolvidas na rebelião que aconteceu na manhã desta segunda-feira (29), no Centro de Recuperação Regional de Altamira e deixou mais de 50 mortos. O ministro Sergio Moro lamentou as mortes e determinou a intensificação das ações de inteligência e que a Força Nacional fique de prontidão.

O ministro da Justiça acompanha de perto a situação e conversou com o governador do Pará,  Helder Barbalho, ainda na manhã desta segunda. No início da tarde foi realizada uma reunião de emergência para tratar do assunto com o secretário Nacional de Segurança Pública Adjunto, Freibergue Rubem do Nascimento; secretário adjunto da Secretaria de Operações Integradas, José Washington Luiz Santos; o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo; o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Adriano Furtado; e diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional, Fabiano Bordignon."

 

*Com Agências Nacionais