Há uma expectativa grande – nos bastidores políticos – em relação aos nomes que ocuparão os cargos do governo federal em Alagoas.
O motivo? Diante da busca por apoios para aprovar reformas que virão pela frente no Congresso Nacional – como a Tributária – o governo do presidente Jair Messias Bolsonaro (PSL), por meio da Casa Civil, iniciou os diálogos para a construção de alianças e apoios.
A ideia é conseguir um cenário mais positivo do que o tido no primeiro semestre para aprovar a Reforma da Previdência em primeira discussão. Lembrando que esse tema ainda passa por segunda discussão na Câmara dos Deputados e terá ainda o Senado Federal pela frente. Isso fez com que o governo tivesse que abrir espaços para diálogos com nomes do Centrão.
Em Alagoas, por exemplo, quem deve ganhar espaços é o deputado federal Arthur Lira (PP). Além dele, Marx Beltrão (PSD) e Nivaldo Albuquerque (PTB). Na mesma de negociações, a Codevasf, A Funasa, dentre outros cargos.
Porém, na base eleitoral de Bolsonaro – nos movimentos de rua que hipotecam apoio ao presidente – há as cobranças e a atenção para quem assumirá esses cargos. Observa-se que, diante disso, o governo federal não terá vida fácil entre alguns de seus apoiadores.
Isso foi visto na nomeação de Adalberon Nonato Sá Júnior para a superintendência do Incra em Alagoas. A nomeação foi criticada por ele ter sido um “cabo-eleitoral” da presidenciável Marina Silva (Rede) e houve até quem colocou a nomeação de Adalberon Sá na conta do senador Rodrigo Cunha (PSDB).
O fato é que o assunto chegou à Brasília (DF). A Casa Civil recebeu fotos de Adalberon Sá ao lado de Marina Silva durante a campanha. Resultado: sua nomeação foi tornada sem efeito no dia de hoje: três dias após a publicação. Por enquanto, o cargo permanece com César Lira.
Quem indicou Adalberon Sá? Bem, a informação com maior chance de ser verdadeira é a seguinte: ele foi indicado pelo secretário de Assistência Social de Alagoas, João Lessa, que pediu o espaço ao deputado federal Marx Beltrão. O governo federal não gostou de ter sido alguém ligado a Heloísa Helena (Rede).
Essa vigilância em relação aos cargos têm sido uma constante, sobretudo no Nordeste. Outros embates nesse sentido podem surgir. Em Alagoas, o Movimento Brasil tem acompanhado com afinco os nomes que são indicados.
O presidente estadual do PSL também comentou esse processo de nomeações por parte do governo federal. Flávio Moreno pontou: “Defendemos a meritocracia, escolha técnica e de pessoas com perfil alinhados as novas diretrizes do Brasil, via Governo Bolsonaro. Continuaremos atentos e cobrando rigidez nas escolhas dos ocupantes de cargos. Entendemos a necessidade de busca da harmonia na correlação de poder, mas critérios devem existir”.
O PSL sofreu críticas – inclusive minhas – de não ter assumido uma posição crítica. Moreno ressalta que não buscou levar o assunto para as redes sociais, mas que houve a discussão longe dos holofotes na busca por zelar por indicações que correspondam ao perfil do governo federal.
Aguardemos os próximos nomes...