Ser branco e morar em Alagoas é ter um padrão de segurança igual ao que vemos nos países europeus. Entretanto, para os negros, a situação é diferente visto que Alagoas é considerado um dos estados mais perigosos. Segundo o levantamento do Atlas da Violência, a taxa de homicídios contra negros em 2017 “superou 18,3 vezes a de não negros”. 

Ainda conforme o levantamento, Alagoas é o quarto estado com as maiores taxas de homicídios contra negros. Em 2017, o Rio Grande do Norte apresentou a taxa mais alta, com 87,0 mortos a cada 100 mil habitantes negros, mais do que o dobro da taxa nacional, seguido por Ceará (75,6), Pernambuco (73,2), Sergipe (68,8) e Alagoas (67,9).

De acordo com o estudo, na última edição do Atlas já mostrava que o estado de Alagoas apresentava a maior diferença na letalidade entre negros e brancos. “De fato, é estarrecedor notar que a terra de Zumbi dos Palmares é um dos locais mais perigosos do país para indivíduos negros, onde a taxa de homicídios de não negros é igual a 3,7 mortos a cada 100 mil habitantes deste grupo”, mostra uma parte do estudo.

Um dos pontos que chama a atenção é que para os não negros, o estado é considerado um dos mais seguros. “Em termos de vulnerabilidade à violência, é como se negros e não negros vivessem em países completamente distintos”, diz um trecho do estudo.

De 2007 a 2017, foram mortos em Alagoas quase 20 mil negros. Em 2016, morreram 1.757 e em 2017, 1.740. Com relação aos brancos, 34 morreram em 2016 e 30 em 2017. 

De 2007 a 2017, morreram 696 não negros. A taxa de homicídios de não negros em 2017 é de 3,7. Já a taxa de negros é 67,9, segundo o estudo.