Antes da tentativa de suicídio ou do ato em si, geralmente, as pessoas dão sinais de que estão passando por um momento difícil e sem ânimo para viver. Trabalhar a prevenção e buscar o tratamento é a saída para que esses casos sejam minimizados. Em Maceió, o Centro de Promoção de Saúde, Educação e Amor à Vida (Cavida) tem cerca de 20 pessoas na lista de espera devido à demanda alta e a falta de profissionais para atendimento.

Segundo o vice-presidente do Cavida, Arnaldo Santtos, o Cavida tem 10 psicólogos para a realização dos atendimentos, entretanto, ele considera o número baixo já que a procura é grande.

“Os casos mais graves são atendidos de imediato. Porém, ainda temos algumas pessoas na fila e por causa disso vamos realizar uma seleção para psicólogos e acolhedores”, explicou Arnaldo.

 “Temos também quatro acolhedores. Eles não são psicólogos, alguns são estudantes de psicologia. Só que muitas pessoas viram voluntários e depois desistem. Nós temos a preocupação de todos os voluntários se capacitarem através dos cursos que realizamos todos os anos”, explicou Arnaldo.

Ainda segundo Santos, esse mês o Cavida vai realizar até o dia 15 uma nova seleção de psicólogos e acolhedores no intuito de aumentar o número de profissionais para oferecer mais atendimento ao público.

Ligações por dia

Arnaldo disse que o Centro recebe, em média, entre 5 a 7 ligações por dia e que são realizados três atendimentos diariamente.

O vice-presidente disse que as ligações não se restringem apenas para as pessoas que estão com ideação suicida, mas muitas vezes, o Centro recebe ligações de pessoas que buscam uma orientação.

“Elas ligam querendo uma orientação do tipo ‘o que faço com uma pessoa que está querendo se matar’? O voluntário que estiver de plantão dá as devidas orientações”, explicou Arnaldo.

160 atendimentos por mês

Dados do Hospital Geral do Estado (HGE) mostraram que de janeiro a abril deste ano, a unidade de saúde atendeu 131 casos de tentativa de suicídio. 

Para trabalhar a prevenção, o Cavida realiza atendimentos presenciais com cada indivíduo. Segundo Arnaldo, são feitos 160 atendimentos por mês.

“O acolhimento é o nosso primeiro contato com a pessoa que nos procura. Esse atendimento é presencial”, comentou o vice-presidente.

Mesmo os dados mostrando que o número mundial de suicídio caiu 33% no país – de 1990 pra cá – a cada 40 segundos alguém se suicida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) são mais de 800 mil pessoas que dão fim a própria vida todos os anos. Os homens, de acordo com o levantamento, estão mais propensos a cometer suicídio.

Para Arnaldo, o Poder Público ainda não deu a devida importância sobre a situação. “Desta forma, os casos aumentam a cada dia não só no Brasil, mas também no mundo. E isso acontece independente da classe social”.

O Cavida tem como estratégia de prevenção: os atendimentos psicológicos, apoio familiar, grupos de apoio, palestras, cursos e trabalhos recreativos. Conforme Arnaldo, os atendimentos são realizados todos os dias de 8h às 12h e de 14h às 17h30.