“Precisamos combater à violência contra a mulher, debatendo do com crianças e jovens desde a pré-escola”, afirmou a deputada federal Tereza Nelma, em reunião no Ministério da Justiça e Segurança Pública. 

Pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que as relações sociais permanecem machistas, enquanto os números de violência continuam a crescer, seja dentro das casas, nas ruas, no transporte, e em todos os lugares públicos e privados. Em 2018, por exemplo, 7 milhões de mulheres foram vítimas de agressões físicas, em uma proporção de 536 mulheres a cada hora. Os crimes de feminicídio cresceram 12%.

“É no período escolar que são agregados valores importantes de cidadania, como o respeito aos outros e a si mesmo. Além da repressão à violência, de proteção às mulheres, somente com um trabalho multidisciplinar, aliado à educação dos nossas crianças e jovens, formaremos cidadãos e cidadãs sem contaminação do machismo, comprometidos com a paz social e o respeito”, acrescentou

Tereza Nelma também ressaltou que nos ambientes escolares podem e devem surgir iniciativas capazes de fazer a diferença na mudança dessa triste realidade de violências e ameaças. Além disso, “os professores devem assumir o papel de agentes de transformação social. Tanto como propagadores de uma sociedade mais justa, em que pessoas de ambos os sexos tenham igual acesso às oportunidades, como também protagonistas na vigilância de atitudes suspeitas de violência, que podem se manifestar desde muito cedo”.

“Muitas vezes esses alunos presenciam em casa comportamentos agressivos, dos pais com as mães. E, infelizmente, principalmente em famílias mais pobres, há uma cultura de submissão da mulher perante o homem. Isso acaba se refletindo no meio social desses jovens. A escola precisa trabalhar a conscientização e mobilizar a comunidade de forma continuada, em ações que combatam futuras agressões às mulheres e preservem sua integridade física, moral e mental”, completou.

A reunião foi convocada pelo Comitê Multissetorial da Prevenção e Combate à Violência Contra as Mulheres. A deputada Tereza Nelma representou a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados. Também participaram do encontro a Secretária Nacional de Políticas para as Mulheres, Cristiane Rodrigues Britto, a Secretária-adjunta, Roseane Estrela, a Secretária Nacional de Justiça, Maria Hilda Marsiaj Pinto, e as deputadas federais Leandre Dal Ponte e Celina Leão, além de representantes do Ministério Público de vários estados brasileiros, dentre outros.

 O Brasil machista é perigoso para as mulheres

A segunda edição da pesquisa Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que as relações sociais permanecem machistas, enquanto os números de violência continuam a crescer, seja dentro das casas, nas ruas, no transporte público e em todos os lugares públicos e privados.

A pesquisa mostra que, em 2018, cerca de 4,7 milhões de mulheres foram vítimas de agressões físicas, em uma proporção de 536 mulheres a cada hora. Também 12,5 milhões de mulheres foram alvo de ofensas verbais. Além disso, a cada nove minutos, uma mulher vivenciou agressões de cunho sexual.

Os crimes de feminicídios, aqueles em que as mulheres são assassinada simplesmente por ser mulher, os números são alarmantes. Em 2018, foram registrados 1.173 feminicídios; um aumento de 12% em relação a 2017. Em 76% desses casos, os agressores eram o atual ou o ex-companheiro, que não se conformam com o fim do relacionamento.

*com Assessoria