Durante a apresentação do laudo da CPRM na manhã desta quarta-feira (08), autoridades e moradores fizeram perguntas aos técnicos que divulgaram o relatório. Os técnicos responderam as principais dúvidas dos que estavam presentes.
Confira abaixo:
Será entregue um novo mapa de feições?
Sim, não um novo mapa de feições, mas um mapa de integração.
Quando a Braskem será obrigada a entregar as informações das outras cavidades?
A maioria deles não foi possível descer pra fazer a leitura da cavidade. Eles só entregaram oito. O que não foi entregue vai ser entregue nos próximos meses.
As atividades da Braskem podem ser interrompidas ou causam desestabilização do solo? Qual a área que a população tem que evacuar?
Agência Nacional de Mineração vai adotar as sanções previstas. Evidente que fechamento de mina é tão complexo quanto abertura. Certamente isso vai ser decorrência de um projeto de engenharia que vai definir de como as coisas vão ficar. Se a gente parar a lavra de sal vamos interromper a explotação de águas subterrâneas e os níveis vão receber muito mais água e vão pegar muito mais do que pesariam com a extração de sal. É preciso parar a mineração não exclui conhecer o que está acontecendo nas 35 cavidades. Precisa ser conversado se vai parar ou não considerando esses aspectos, mas isso fica com a Agência Nacional de Mineração.
Houve a ampliação da área de risco?
Sim.
Áreas permanecem as mesmas? Há solução de engenharia para os bairros?
Não significa que as pessoas precisam sair correndo do bairro. Nós vamos discutir profundamente com o Ministério da Defesa Civil. Sobre o processo de engenharia sabemos que há um crescimento tecnológico. Acredito que com um levantamento detalhado de dados podem existir processos de intervenções de obras e engenharias.
Quais as soluções imediatas para os moradores atingidos?
A solução é que nós vamos continuar. A partir de hoje nós temos novas perspectivas operacionais, desafios científicos, novos atores serão chamados para tentar engenharia, novos atores para estudar. Mas não vamos nos iludir. Conhecer o mapa de risco e aquelas pessoas que estão em alto risco e terão que sair das casas e irem para aluguel social. Além das medidas jurídicas. Permanece pela Defesa Civil a retirada da exposição de pessoas das áreas de risco.
Qual será a primeira ação da Prefeitura e os moradores que estão sem aluguel?
O recurso para o aluguel social foi liberado pelo Governo Federal. Questões operacionais e burocráticas vamos ter que vencê-las, durante o trabalho isso também vai ser objetivo, até porque as pessoas vão ter que ser retiradas. Vamos fazer que fazer um novo cadastramento, um novo mapeamento e identificar novos imóveis. Não é simples, é complexo, mas vamos verificar qual o problema que está tendo para que o recurso chegue.
O governo federal decretará calamidade pública?
Nós vamos homologar, mas sob ponto de vista jurídica, ele não muda. Esta questão de calamidade pública, ela prevê morte de pessoas, falências do setor público e isso não aconteceu aqui. A situação de emergência atende a todos os requisitos.
Quais os próximos passos da CPRM?
Detalhar o mapa de integração que está pronto, mas estamos discutindo alguns detalhes e entregar o mapa ao secretário municipal, ao governador, prefeito e gestores de Maceió.
Há possibilidade de avanço da Lagoa Mundaú e alagamento parcial ou total de imóveis e ruas nos terrenos que margeiam a lagoa em Bebedouro, Mutange, Bom Parto e Levada?
De acordo com os estudos, existem evidências da possibilidade de ocorrer a subsidência do terreno, resultando no rebaixamento da margem da lagoa. Esse processo cuja velocidade ainda está sendo investigada poderá continuar e afetar uma área maior. E deverá ser continuamente monitorada.
É possível que tenha ocorrido a junção de dois ou mais poços de exploração da sal-gema?
De acordo com os relatórios existentes da Agência Nacional de Mineração, pelo menos seis minas se juntaram duas a duas, formando assim três grandes cavidades.
Em que profundidade estão localizadas as cavidades e a camada de sal?
A camada de sal está localizada entre 900 e 1.200 m de profundidade. Já as cavidades registradas nos sonares de 2019 indicam que algumas delas sofreram deslocamentos e estão em camadas superiores, fora da zona do sal-gema. Um exemplo é a mina 7, que estava a 900 m e, por conta da desestabilização, se deslocou para a profundidade de 750 m.









