Concordar ou não com uma visão de um governo é um ponto para avaliação de cada cidadão. Agora, um candidato – seja ele de um campo político A ou B – se apoia em promessas para conseguir ser eleito. É uma pena que, dentro do processo eleitoral, inflamado por suas paixões, nem sempre são pontos discutidos com os detalhes que deveriam.

Todavia, o que foi prometido é também um critério de avaliação de uma gestão para se saber se, no mínimo, o que foi posto em campanha e que garantiu a vitória está sendo cumprido. Nesse sentido, o G1 fez um levantamento interessante das promessas feitas pelo presidente Jair Messias Bolsonaro (PSL).

De acordo com o site, o governo federal cumpriu 1/5 de suas promessas, o que corresponde a 12 ações nesses primeiros cem dias. Conforme o veículo de comunicação, quatro estão em andamento e outras 40 estão no aguardo. Duas não foram avaliadas. Ao todo, são 58 pontos sobre os quais o G1 afirma ter se debruçado.

O governo federal – nas promessas cumpridas – manteve até aqui a palavra de não aumentar impostos, não recriar CPMF, reduzir alíquotas de importação e barreiras tarifárias, enquadrar os preços da Petrobras no mercado internacional, a criação do Ministério da Economia, redução do número de cargos comissionados (corte de 21 mil) e facilitação do posse de arma.  

Bolsonaro ainda reestruturou – como prometido – a alteração da estrutura federal agropecuária, reunindo tudo em uma pasta e não fez alterações na Lei Kandir, evitando maiores cobranças para o homem do campo, e encaminhou ao Congresso o pacote com as medidas contra a corrupção.

Agora, o governo trava a luta pela Reforma da Previdência, que pode sofrer alteração com base nas discussões legislativas.

Está em andamento ainda coisas como vender os ativos da Petrobras, para promover a competição no setor de óleo e gás, buscando beneficiar consumidores e acabar com o monopólio na cadeia de produção de gás natural. Devem ser passos futuros do governo, assim como a reformulação do Estatuto do Desarmamento.

A planilha das promessas completas pode ser visualizada no G1. Inclusive, as demais 40 que estão na pauta do governo para os próximos anos.

Há ações ainda não contabilizadas como promessas, como a ação que envolveu os aeroportos e a abertura para investimentos e o recente “revogaço” prometido pelo presidente, que visa desburocratizar setores e excluir leis que são consideradas entulhos legais.

Concordar ou discordar com as promessas de campanha ou com uma visão do governo é algo da democracia. Mas o fato é que o governo atual cumpriu uma média de promessas maior que os 100 primeiros dias de alguns de seus antecessores. Das 20 primeiras promessas, Temer (MDB) cumpriu três. Já Dilma Rousseff (PT), das 55 cumpriu 5 no mesmo período.

Isto não significa dizer que o atual governo não tenha o que ser criticado. Tem si. O desarranjo inicial na Educação, por exemplo, merece críticas ferrenhas. Foram três meses de disputas internas que inviabilizou muito do que se esperava por parte de quem votou em Bolsonaro e – evidentemente – abriu um flanco para a oposição. Governo sem oposição é problema! O que é preciso é separar as críticas como quem separa joio do trigo.

Agora, Bolsonaro tenta recompor o ministério da Educação e recuperar o tempo perdido.

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