De acordo com informações publicadas pelo jornalista Edivaldo Júnior – em seu blog na Gazetaweb - o PRTB, partido do vice-presidente general Hamilton Mourão, deve ter espaços dentro do governo de Renan Filho (MDB), o filho do senador Renan Calheiros (MDB).

O senador se diz hoje “independente” e pertencente ao “baixo clero”, após ter perdido espaços no Senado Federal, inclusive ao não conseguir ser presidente da Casa. Fora isso, Calheiros foi um dos ferrenhos defensores do PT e após eleição tentou aproximação com o governo por meio dos diálogos com Paulo Guedes. São as coisas da política brasileira.

É claro: o PRTB local nada tem a ver com o PRTB nacional hoje. Todavia, o fato em si demonstra claramente como funciona o pluripartidarismo brasileiro: as siglas parecem não se mover por convicção alguma – seja política ou ideológica – e tudo passa a ser um instrumento para ocupação de espaços.

Não por acaso, o PRTB alagoano sempre foi posto nas eleições locais como uma peça de xadrez para garantir espaços nos Legislativos. O auge foi a eleição do deputado federal Cícero Almeida, que depois – em meio a brigas com o presidente nacional da agremiação, Levy Fidelix – deixou a legenda e ingressou, ainda no mandato, no MDB de Renan Calheiros.

PRTB e MDB sempre estiveram próximos no cenário local. Basta puxar o histórico. Comandado por Adeílson Bezerra, a legenda sempre foi uma opção aos cálculos matemáticos para se eleger, abrigando puxadores de voto pela mera estratégia de ocupação de espaços. Ela funciona. É possível perceber isso na composição da atual Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas.

Foram eleitos pela legenda Breno Albuquerque, Fátima Canuto, Flávia Cavalcanti e Jair Lira: uma bancada considerável. Renan Filho não terá dificuldades em colocar a legenda em sua base governista.

Muito menos é possível esperar um alinhamento do PRTB local ao governo federal. É cada um por si e o partido – assim como tantos outros – é como a “Casa” da canção de Vinícius de Moraes. Lembram da música?

Não é exclusividade do PRTB ser assim. É a nossa velha política!

Quanto ao nome que pode compor com o atual governo estadual, segundo Edivaldo Júnior a cotada é Cecília Hermann, esposa do prefeito de Pilar, Renato Filho. Ela deve assumir a Secretaria de Ciência e Tecnologia.

Bem, que ela possa fazer um bom trabalho.

No mais, esse jogo demonstra que muitas legendas são apenas elementos cartoriais no processo...

Estou no twitter: @lulavilar