Eu sou capaz de listar um dicionário inteiro de discordâncias com as pautas “vermelhinhas" da deputada estadual Jó Pereira (MDB). Por sinal, muitas destas discordâncias já pontuei aqui nesse blog, como quando na legislatura passada ela relativizou o conceito de “cidadão de bem” para criticar o armamento civil, ou até mesmo a defesa que fez da ideologia de gênero no debate do Plano Estadual de Educação.

São só alguns exemplos.

Mas, são coisas da democracia. Pereira tem o direito de enxergar o mundo como ela enxerga e eu, enquanto analista, de ter as minhas posições. O fato é que todas as críticas, como sempre, foram respeitosas e no campo das ideias. Afinal, sempre reconheci que ela é uma das parlamentares mais atuantes da Casa de Tavares Bastos (como dói lembrar que a Assembleia Legislativa leva o nome de Tavares Bastos. Coitado do Tavares!).

Dito isso, há um elogio a Jó Pereira que eu não poderia me furtar de fazer por dever de consciência: sua participação na audiência pública sobre a situação do bairro do Pinheiro em Brasília (DF) foi produtiva.

A parlamentar mostrou que fez o dever de casa: estudou previamente o caso, fez os questionamentos corretos e entrou no assunto demonstrando conhecimento de causa. Espero que faça isso com todas as pautas que compre.

Em relação a este caso, Jó Pereira pontou o fundamental: cobrar que se decrete o quanto antes a situação de calamidade pública no bairro do Pinheiro, com base nas informações que já se possui. Assim, diminui a burocracia para ações emergenciais.

Estranha-me, inclusive, que uma audiência da dimensão que foi não tenha contado com a presença do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB). Não digo com isso que a Prefeitura não esteja agindo. Longe disso. A fala dos representantes da Prefeitura apontam para o contrário, evidentemente. Em um dos casos, o superintendente da Defesa Civil Dinário Lemos demonstrou uma preocupação real e uma empatia para com a população que merece também elogios.

Todavia, o prefeito poderia ter sido uma voz naquele momento. Ficou a lacuna.

Retornando à deputada estadual, acredito que Jó Pereira está coberta de razão quando fala da calamidade pública e da necessidade de o município criar uma frente integrada por não conseguir dar uma resposta sozinho. Esta é impossível. A descrição é precisa: a necessidade de uma força tarefa.

Por sinal, Pereira já tinha pontuado a necessidade do decreto no dia 22 de fevereiro. Ela lembrou das questões que envolvem o malfadado pacto federativo brasileiro para algumas ações urgentes. Com o decreto, os moradores e comerciantes podem conseguir benefícios fiscais com maior agilidade, tanto em relação à tributação estadual quanto outros.

Neste ponto, a deputada está coberta de razão!

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