Durante a audiência para tratar sobre as rachaduras no bairro do Pinheiro, o geólogo Thales Sampaio, que realiza juntamente com as equipes da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM os estudos no bairro, recomendou que os moradores deixem suas residências em caso de chuvas acima de 30mm.
Em Maceió, a quadra chuvosa se começa no início do mês de abril. “Em alguns países as pessoas estão acostumadas a sair de suas casas quando algum fenômeno ocorre e depois que ele passa, elas retornam. Aqui no Brasil não existe nada semelhante, as pessoas ficam assustadas, mas recomendamos que, em caso de chuva acima de 30mm, esses moradores saiam e só retornem depois da chuva”, acrescentou ele.
Equipes de geólogos dos Estados Unidos devem vir ao Brasil para colaborar na conclusão do laudo final, que deverá ser apresentado no final de abril. As análises e estudos elaborados mostram que o fenômeno da sedimentação do solo não fica restrito apenas ao bairro do Pinheiro, como também nos bairros entornos de Bebedouro e Mutange.
Os estudos foram concentrados no bairro do Pinheiro devido aos registros de rachaduras nas casas, mas o estudo realizado através da lagoa mundaú permitiu a visualização de toda região.
Segundo Thales, um bloco localizado próximo da lagoa está em movimentação, o que provocou a maior concentração das rachaduras no Pinheiro. “A partir de 2017, essa movimentação começou a aumentar, mas em 2018 houve um rompimento maior e se formou o que chamamos de rastejo”, ponderou Thales.
O deputado Marx Beltrão cobrou da CPRM a conclusão mais rápido possível do laudo, além de criticar a posição do governo federal que ainda não atendeu as reivindicações da bancada federal com benefícios para população do Pinheiro.
Representando a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), Jorge Briseno Torres afirmou que o órgão ‘nunca explorou poços profundos na região do Pinheiro’. Segundo ele, foram intensificadas pesquisas de vazamentos não visíveis e que nessas pesquisas não foram encontrados nenhum vazamento.
“O que encontramos foram gotejamentos, mas nenhum gotejamento causaria fratura que prejudicasse o bairro. Na nossa última vistoria não identificamos nenhum gotejamento”, afirmou Jorge.
Ainda segundo Briseno, a Casal estava implantado uma rede de esgotamento sanitário no bairro e que a obra precisou ser suspensa por causa da situação. “Não podemos colocar uma rede coletora de esgoto no local porque íamos perder a estrutura”.










