Li com atenção uma entrevista concedida pelo novo secretário de Saúde, Alexandre Ayres, ao meu colega jornalista Edivaldo Júnior, em seu blog na Gazetaweb. É possível perceber - ao menos pelas declarações - que o novo titular da pasta chega com vontade de resolver velhos gargalos que foram problemáticos para a primeira gestão do governador Renan Filho (MDB).
Em que pese o governador de Alagoas ter anunciado construções de novos hospitais, os quatro anos passados foram sim de inúmeros questionamentos em relação à Saúde, inclusive com uma operação da Polícia Federal - a Correlatos - que teve o atual e o Executivo passado como alvos. É preciso somar a isso, desabastecimentos, problemas com fornecedores, questões graves que envolveram o HGE e a maternidade Santa Mônica e por aí vai. Há textos aqui nesse blog que tratam sobre o assunto.
Em meio a turbulência da operação da PF, o governador fez a troca de secretários pela primeira vez e entrou Cristhian Teixeira na pasta. Ficou por dois anos. A secretaria teve suas prioridades de gastos questionadas até em matérias nacionais.
O que é interessante na entrevista concedida por Ayres é que a sensação que fica para o cidadão que precisa do sistema é exatamente a que o novo secretário coloca: "Tenho já os números da Saúde, já vinha anlisando dados com muito interesse. O que posso dizer é que não haverá necessidade de conhecer nada. Vou trabahar para resolver no curto prazo. E resolver com planejamento. Hoje se planeja pouco na Saúde. A equipe fica assoberbada, apagando incêndio".
O que se apreende desta declaração é o seguinte: 1) Ayres já estava estudando a pasta e, consequentemente, já sabia da mudança bem antes do anunciado e 2) deixa claro que em quatro anos o governo estadual não conseguiu ter um planejamento ou pelo menos por em prática. Afinal, diz assumir a secretária justamente para isso.
Vou colocar de forma mais clara: o atual secretário de Saúde do Estado de Alagoas, Alexandre Ayres, diz que assume a pasta para colocar em andamento um planejamento, pois antes as equipes estavam assoberbadas, diante da ausência deste. Detalhe: o governo passado é o governo atual. Não é bom saber que passaram quatro anos para se perceber isso?
Em todo caso, desejo boa sorte a Ayres. Quem usa do serviço público - e eu sou um deles - quer o mínimo do atendimento com qualidade. Torço de coração para que o secretário consiga melhorar os serviços prestados e rever as prioridades. Pode ter sido sim uma boa escolha do governador, pois não coloca a pasta nas negociações política em função das alianças eleitorais. Espero que isso reflita positivamente na prática.
Ayres toca em outros pontos nessa mesma entrevista concedida ao Edivaldo Júnior, como a municipalização do antendimento, abertura dos hospitais que estão sendo construídos e a melhoria de relação com a Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal). O foco imediato - pelo que se entende da entrevista - é resolver o problema do desabastecimento. Ele (o atua secretário) fez referências positivas ao Cristhian Teixeira, afirmando que o antecessor buscou trabalhar como pode dentro do período que ficou no cargo.
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