De acordo com o jornal Globo, mais um lobista que operava para o MDB, e que fez delação premiada, pode complicar a vida do senador Renan Calheiros (MDB) e de outros 50 políticos, agentes públicos e empresários que teriam se envolvido em irregularidades em estatais.

A delação é fruto da Operação Lava Jato. Conforme a reportagem, Renan Calheiros seria um dos principais alvos. Ele (o delator) afirma, em delação, que chegou a conversar com o senador alagoano em seu gabinete e intermediou pagamentos ao grupo político do MDB.

Há ainda acusações contra Anibal Gomes (MDB) e os petistas Cândido Vaccarezza e Vander Loubet. De acordo com o site Antagonista, a delação traz acusações detalhadas contra gerentes de segundo escalão da Petrobras e outros dirigentes da estatal, além de apresentar extratos bancários e trocas de e-mail.

Os detalhes sobre quem é mais atingido ainda não se sabe. A reportagem do Globo foi publicada no dia 16 deste mês e a delação ainda está sob sigilo. O jornal - portanto - trabalha com um vazamento.

Não seria a primeira vez que Renan Calheiros é alvo. Em todas as vezes, Renan Calheiros - que até já conseguiu se livrar de algumas denúncias - afirmou inocência.

Independente dos desdobramentos na Justiça e dos prejulgamentos possíveis, os danos são políticos…

Caso as informações de O Globo se confirmem, chegam em um momento em que Renan Calheiros se encontra mais fragilizado politicamente. O senador esperava comandar o Senado e articulou bastante nos bastidores para isso. Porém, na tumultuada eleição da Casa, acabou desistindo de concorrer em função da visível derrota que se aproximava.

Nas negociações pelas comissões, Calheiros também foi escanteado. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) - a mais importante do Senado Federal - ficou com o MDB, mas as negociações acabou colocando Simone Tebet (MDB) no lugar de destaque. Ela foi uma das principais rivais de Renan Calheiros nos bastidores.

O momento não é fácil para Calheiros em Brasília (DF). É uma conjuntura totalmente diferente de anos anteriores, em que Calheiros demonstrava força por sempre saber se posicionar cirurgicamente nos bastidores políticos.

Quanto à nova delação, aguarda o seu futuro no Supremo Tribunal Federal (STF).

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