Médicos de unidades de saúde da rede estadual realizaram uma manisfestação na manhã desta sexta-feira (15), em frente à Maternindade Santa Mônica, para reinvindicar unidades estruturadas e abastecidas, salários atrasados, além de remuneração justa. De acordo com o Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed/AL), a categoria sofre ainda com a escassez de médicos no quadro efetivo.

Segundo a vice-presidente do Sinmed/AL, Sílvia Melo, os hospitais administrados pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), estão há três meses sem receber o repasse financeiro da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). "Estamos há mais de três meses, vários médicos, profissionais da limpeza e da segurança, sem salários. Sem falar no corte da gratificação que foi feito e a falta de medicamentos e insumos para que a gente atenda a população", disse Sílvia.

A vice-presidente afirma que a categoria não quer entrar em greve, mas faltam materias básicos para o funcionamento das unidades e, por isso, decidiu fazer o protesto. "Tem faltado coisas básicas. Teve um dia que não tinha material de limpeza, só tinha água para limpar o hospital. Como é que isso pode? Faltou luvas, colegas ligando e perguntando como íam operar sem luvas. Estamos aqui mendigando, têm dias que eu venho trabalhar e não sei nem o motivo. Sem receber salário e sem ter material para atender?", desabafou. 

Sílvia Melo conta ainda que com a mudança de secretário, o problema pode dificultar. "Vamos ter que conversar tudo de novo com esse novo secretário para ele se inteirar do assunto. Eu trabalho há 14 anos, na Maternidade Santa Mônica, e esse é o pior ano que estamos vivendo em termos de insumos e medicamentos. É muito preocupante porque aqui a gente presta serviço para categoria de alto risco", afirmou.

A Secretaria de Estado da Saúde informou, por meio de nota, que iniciou no início deste mês, quando foi reaberto o Sistema Integrado de Administração Financeira e Contábil do Estado (Siafe), o processo de normalização dos repasses referentes à Universidade Estadual de Ciências da Saúde (Uncisal), mantenedora dos Hospitais Portugal Ramalho e Hélvio Auto e da Maternidade Santa Mônica.

A Sesau ressaltou ainda que os pagamentos não foram efetuados anteriormente em razão do fechamento do Siafe no final de 2018, como acontece ao término de cada ano, inviabilizando que qualquer pagamento seja efetuado.