Assim como em outros governos estaduais - no passado de Alagoas e pelo país afora - a pasta da Saúde foi um ponto complicado na primeira gestão do governador Renan Filho (MDB). Há dificuldades naturais que são reflexo de um pacto federativo centralizado e há aquelas que são de responsabilidade da gestão estadual. Todavia, para o cidadão que depende do serviço, o que importa é que este seja oferecido com qualidade. Logo, esse deve ser o foco do Executivo. 

Na gestão passada, a Saúde do governo Renan Filho foi alvo de operação da Polícia Federal o que acabou por render mudanças. É bem verdade que muitas situações eram do governo anterior, mas se repetiam. 

Mas não apenas isso: o governo enfrentou crise de desabastecimento, teve a prioridade dos gastos questionadas e até a construção de novos hospitais - o que é uma boa nova por si - também foi alvo de cobranças. Afinal, não são apenas os prédios públicos físicos. É preciso que o governo detalhe, sobretudo diante da realidade do cobertor curto, como estes vão funcionar em médio e longo prazo. 

Até aqui isso não foi detalhado. 

É injusto atribuir todas as culpas a um secretário. Cristhian Teixeira - até onde se sabe - buscou fazer o seu trabalho. Todavia, o fato é que a Saúde, na gestão passada, deixou a desejar. O Executivo que conseguiu bons resultados na área de Segurança e que teve um bom trabalho na questão fiscal, ficou devendo avanços prometidos. No Hospital Geral do Estado, por exemplo, vimos a denúncia e casos sobre o uso de fios de sutura vencidos e de falta de insumos. 

A maternidade Santa Mônica também enfrentou problemas. Há problemas em relação aos hospitais escola. 

Em 2017, comentei - neste blog - sobre a crise vivida pelos fornecedores da pasta. Foi tema na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas. Comentei também sobre o fechamento de setores da Santa Mônica, na época, por não conseguir realizar os atendimentos. Houve até reportagem de repercussão nacional sobre o assunto. 

Agora, não sai apenas Cristhian Teixeira, mas toda uma equipe. O que significa - para bom entendedor - que o governo vai mudar a "filosofia" em relação à pasta. É aguardar. 

Em entrevista ao CadaMinuto, Renan Filho promete uma mudança no governo. Este processo  segundo o governador - deve se encerrar em março. Ou seja: o primeiro trimestre da nova gestão acabou por ter esse foco. 

O governador exenerou todos os comissionados e só nomeou áreas consideradas chave. Há órgãos com cargos vazios a espera de contemplar aliados políticos. É natural, mas que nisso não seja esquecido as questões técnicas, que envolve as competências necessárias a cada área. 

Que não demore muito também e que não prevaleça a "moeda de troca". Afinal, as correlações políticas estão em jogo. Que Renan Filho preste atenção na História para o ocorrido na segunda gestão de Teotonio Vilela Filho (PSDB). Lá, com a Educação. A pasta - na reta final dos tucanos - foi totalmente entregue as chamadas correlações políticas. O resultado: um desastre. O próprio Vilela - em entrevistas passadas - reconheceu erros em relação a isso. 

O que a população espera da Saúde: serviço de qualidade. É o que espera de todas as àreas do governo. Que esta seja a preocupação principal. 

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