As discussões sobre a matéria do rateio do Fundeb para os professores, ocorrida no parlmento estadual no dia de ontem, 06, mostra que o governo não terá vida fácil na Casa de Tavares Bastos. Ao menos, inicialmente, a oposição marcou terreno com a artiulação feita pelo deputado estadual Davi Maia (Democratas) para a aprovaçã do projeto. O futuro é outra história...

Maia - o grande responsável por articular a sessão por ser relator da matéria aprovada - aproveitou o momento para carimbar no Executivo de Renan Filho (MDB) o rótulo do desinteresse pela pauta. O deputado estadual do Democratas foi enfático ao afirmar que o rateio dos professores só se dava pelo trabalho da oposição na Casa e que, Renan Filho, não demonstrou interesse em urgência na pauta.

Segundo o relator, isso fez com que o parlamento estadual - por iniciativa própria - convocasse a sessão extraordinária e apreciasse a matéria, pois - se dependesse do governador - o assunto só se faria presente no retorno ordinário dos trabalhos, mesmo com a mensagem do Executivo já estando na Casa desde o início do ano. Para Maia, se Renan Filho quisesse a urgência tinha solicitado.

A voz de Maia foi acompanhado por Bruno Toledo (PROS) - o opositor que renovou o mandato. Toledo fez tabelinha com Maia, elogiando o relator e ainda acusou, de forma irônica, o deputado estadual Sílvio Camelo (PV) de agir em nome do Executivo para tentar adiar a sessão, colocando a culpa em uma emenda proposta pelo relator Maia. Camelo se viu numa "saia justa". Explico o assunto em detalhes na postagem anterior. 

Se antes, Renan Filho tinha preocupações com os deputados estaduais Rodrigo Cunha (PSDB) - que agora é senador da República - e com Bruno Toledo, que renovou o mandato. Agora, pode ter que se preocupar ainda mais. Na primeira sessão, Maia se mostrou um opositor de peso. Se continuar assim, firmará posição na Casa contra o governo. Além disso, já existe por lá Toledo. 

Outros opositores podem surgir. Afinal, há sequelas da eleição para a Mesa Diretora quando o governo não conseguiu emplacar o deputado estadual Olavo Calheiros (MDB) como presidente do Legislativo. Marcelo Victor assumiu a presidência contra o gosto de Renan Filho, que até ensaiou um discurso posterior de união de forças. Mas, Victor trabalhará por interesses próprios. Nem é governista, nem é opsição. Marcelo Victor é Marcelo Victor e sua biografia mostra o que isso quer dizer. Ele tem a confortável posição de "independência" na Mesa, quando as pautas de interesse do Executivo estão em jogo. É um enxadrista-mirim! 

Em todo caso, a conjuntura abre espaço para articulações políticas desfavoráveis a Renan Filho, que mesmo tendo uma ampla base governista terá agora que ter "um olho no gato e outro no peixe", pois há quem - na própria Assembleia - use isso para ter mais força nas visitas que fará ao Palácio República dos Palmares. 

A conjuntura do parlamento estadual atual poderá - como até já admitiu o governador Renan Filho, nas entrelinhas de suas falas na mídia - influenciar bastante nas mudanças que fará no governo para acomodar aliados. Afinal, há aliados, há opositores, e há aliados nem tão aliados assim, mas que sempre estão atentos a como as coisas se desenrolam para então agir. 
 

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