O senador Renan Calheiros (MDB/AL) se movimenta o tempo todo na busca pela presidência do Senado Federal. Foram conversas com Paulo Guedes, busca por protagonismo nas redes sociais etc…
Na segunda-feira, dia 21, entretanto, a líder do MDB no Senado Federal, Simonte Tabet (MS) lançou sua candidatura à presidência da Casa em nota enviada à imprensa.
Tabet colocou que foi a Brasília comunicar ao presidente nacional do partido, Romero Jucá (MDB/RR) da sua decisão.
Em nota, ela diz: “é um novo tempo, são novos ventos. É hora de olhar para frente e nos reinventarmos, sob pena de sucumbirmos. Há um clamor por renovação”.
Não digo aqui que Tabet venha a ser a resposta para esse clamor. Mas o fato é que o nome de Renan Calheiros vem sendo desgastado na opinião pública. Ele foi alvo de protestos, inclusive na capital alagoana, em frente a sua residência. Logo, Renan não é.
Calheiros - ao mesmo tempo em luta pelo poder em Brasília - se coloca publicamente como se a cadeira da presidência do Senado fosse uma consequência e não produto de uma articulação que o envolve.
O fato é Tabet é tida como uma alternativa a Renan Calheiros. A bancada deve decidir quem será o candidato do MDB na próxima terça-feira, dia 29.
Desde o dia 17 de janeiro que o nome de Tabet surgia como o provável embate contra o senador alagoano.
Calheiros, que não dá ponto sem nó, correu para o twitter e colocou o seguinte: “Olha, não quero ser presidente do Senado. Os alagoanos me reelegeram para ser bom senador, não presidente. Já fui várias vezes, em momentos também difíceis. A decisão caberá à bancada, e temos outros nomes”.
É o tipo de mensagem em que o senador alagoano procura demonstrar um desapego, mas ao mesmo tempo se coloca para uma “missão” caso seu nome seja escolhido pela bancada. O fato é que a indicação de Renan Calheiros depende de um “tapetão” que envolve, principalmente, os passos do próprio Renan.
Então essa história de “não quero ser” é pura balela.
Renan Calheiros está no jogo. Se este se concretizará ou não…aí é outra história. Porém, com as declarações públicas, o senador do MDB já vai se vacinando para qualquer coisa que aconteça e assim não terá uma derrota pública caso ela venha.
Se vier a vitória, Renan posará de fruto de uma decisão coletiva. Sairá para o holofote como alguém que atendeu o chamado. A dubiedade ao sabor das circunstâncias é algo próprio de Renan Calheiros.
O nome de Tabet - conforme os bastidores - começa a ser bem visto até por bolsonaristas e pode atrair outros partidos como PSDB e Democratas. Ela vai sendo apresentada como um contraponto.
Mas política é como as nuvens no céu: você levanta a cabeça e olha, está tudo de um jeito. Baixa a cabeça, levanta novamente e as nuvens mudaram…
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