Diante do problema enfrentado por moradores do bairro do Pinheiro, em Maceió, o Ministério Público do Estado (MPE/AL) informou, nesta terça-feira (22), que irá solicitar a suspensão temporária de operações da empresa Braskem, que realiza exploração sal-gema no estado há anos e sobre a qual se suspeita ter ligação com as rachaduras que apareceram no bairro.

De acordo com o procurador geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, a licença, concedida pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA), será suspensa como forma de prevenir que as rachaduras e os problemas se agravem ainda mais. As atividades da empresa deverão permanecer suspensas até que a situação seja sanada e que a causa das rachaduras sejam identificadas.

O MPE/AL também solicitou que a Braskem apresente os laudos de operações dos 35 poços de exploração do sal-gema em Maceió.

Durante reunião realizada mais cedo, representantes da Braskem voltaram a negar a ligação entre a exploração de salgema no Pinheiro e os problemas que surgiram no bairro há cerca de um ano. Eles afirmaram que os poços de exploração da Braskem no Pinheiro foram desativados e que as cavernas de exploração existentes no local estão intactas.

Em entrevista à imprensa antes do início da reunião, Alfredo Gaspar enfatizou a necessidade de tratar as possíveis causas das rachaduras e do “afundamento” do bairro com transparência: “É hora de abrir as páginas, os relatórios, os documentos, porque a população não pode ser chamada a evacuar a área e não saber exatamente o que está ocorrendo. Se o Ministério Público de Alagoas tiver conhecimento, a população também terá esse conhecimento”.

O grupo de promotores irá participar de uma reunião amanhã (quarta-feira) com o Conselho Superior do MP e na quinta, terá uma audiência com o prefeito Rui Palmeira. Para o chefe do MP, não está descartada a possibilidade de recomendar a paralisação das atividades de exploração da Braskem na região, caso os estudos apontem para a necessidade disso.

“Já conversei com o governador, estamos tratando agora com a Braskem, com vários técnicos e orgãos nacionais.. Esperaremos todos os laudos conclusivos, mas defendemos como prevenção que qualquer causa possível humana seja imediatamente mitigada, para depois não haver a omissão de dizer: podiam ter feito isso e não houve iniciativa. O Ministério Público deseja mais do que nunca que a comunidade tenha as respostas desejadas e que os possíveis riscos detectados sejam mitigados”, completou o procurador-geral.