Em seu discurso de posse, o governador de Alagoas Renan Filho (MDB) falou em "apertar" ainda mais os cintos. O emedebista não tem pressa para a nomeação dos comissionados que foram exonerados, pois - segundo ele - só nomeou aqueles que são vitais ao funcionamento dos órgãos e busca analisar as funções exercidas pelos demais.
Além disso, também fala em uma possível fusão de pastas e órgãos e até criação de alguma secretaria dentro de uma futura reforma administrativa. Renan Filho evita dizer quantas pastas comporão o futuro governo.
"Não quero trabalhar com um número fixo, pois podem tratar como recuo depois de anunciado. Como ocorreu com o governo federal, que pretendia ter 15 pastas, mas acabou com pouco mais de 20", destacou.
Todavia, o que se pode sentir das declarações de Renan Filho é que a futura reforma administrativa - que pretende iniciar a partir de fevereiro - também terá componentes políticos. Resta saber se estes serão mais presentes ou não que os critérios técnicos. O governador promete uma reforma que esteja antenada com o sentimento demonstrado nas urnas no ano passado.
O que pautarão as mudanças: 1) as finanças do governo e 2) a discussão com a base aliada, incluindo aí os partidos que estiveram juntos com o governador no processo eleitoral e, evidentemente, os deputados estaduais. Afinal, cargos é sempre uma ótima forma de construir uma base governista sólida no parlamento estadual. Isto não está nas linhas do discurso do governador, mas se encontra nas entrelinhas.
Renan Filho não nega que as novas composições passam pelo crivo político e a contemplação de aliados, mas enfatiza que vai "primar pela transparência para governador Alagoas junto com a base de apoio, como fez nos quatro primeiros anos de governo".
O governador quer um Executivo equilibrado com o Legislativo e o Judiciário. Segundo ele, "mantendo a harmonia e a independência".
O foco também passa por atrair recursos e investimentos. Por isso, sinaliza para uma boa convivência com o presidente eleito Jair Messias Bolsonaro (PSL). Tanto é assim que já fez seus primeiros elogios ao discurso de posse do chefe do Executivo federal.
Quais pastas podem mudar na gestão de Renan Filho? O governador destacou que ninguém dos atuais secretários está definido no cargo. Claro, há exceções. Entre elas, o secretário da Fazenda, George Santoro. Santoro é, atualmente, o nome mais forte do governo. É o Paulo Guedes de Renan Filho.
Mas, sem citar nomes, Renan Filho crava: "Todas as pastas podem ter mudanças. Mudança é a palavra-chave. É inevitável e precisamos mudar para estarmos conectados para atender os anseios da população. Mas não posso fazer mudanças antes de dialogar com os que foram eleitos. Trataremos as mudanças necessárias para Alagoas está na vanguarda".
Na visão do governador de Alagoas, a reforma administrativa deve rever a estrutura organizacional do Estado. "O Brasil vai precisar passar por reformas. Nós estaremos preparados. Ao logo do primeiro mês (este janeiro) nós vamos aprofundar as discussões para definir nomes e pastas. É o primeiro passo para surgirem os próximos", finalizou.
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