Repercute a declaração do vice-presidente eleito, o general Hamilton Mourão, sobre o caso envolvendo o motorista Fabrício Queiroz e o senador eleito e filho do presidente eleito Jair Messias Bolsonaro (PSL), Flávio Bolsonaro (PSL). 

Mourão deu uma declaração ao blog da jornalista Andréia Sadi sobre o episódio, já que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou a movimentação de R$ 1,2 milhão em um ano, na conta de Queiroz. 

A declaração de Mourão é simples: "O ex-motorista, que conheço como Queiroz, precisa dizer de onde saiu o dinheiro. O Coaf rastreia tudo. Algo tem, aí precisa explicar a transação, tem que dizer". Mourão coloca que Jair Bolsonaro já deu a explicação dele e Queiroz precisa dar a sua. 

Mourão diz o óbvio: o caso precisa ser explicado. 

No entanto, já há quem queira fazer das declarações de Mourão uma rota de colisão entre o vice-presidente e o presidente eleito. 

Bem, o próprio Jair Bolsonaro comentou o caso em entrevista recente: "Eu conheço o senhor Queiroz desde 1984 (...) nasceu uma amizade (...) Eu já o socorri financeiramente. Não foi um cheque de R$ 24 mil (...) foram 10 cheques de R$ 4 mil e eu não coloquei em minha conta por questão de dificuldade para ir em banco".

Ou seja: segundo Bolsonaro, por isso foi usada a conta da esposa Michele Bolsonaro. O presidente eleito reforça: "ninguém dá dinheiro sujo ou recebe por cheque nominal". 

Dito isso, Bolsonaro segue a mesma linha de Mourão: "Eu espero que ele (Queiroz) se explique". Ele ressalta que o filho não é alvo de operação e o próprio Coaf coloca que as movimentações atípicas não é uma afirmação de algo ilícito. 

"Eu espero que uma vez sendo instaurado o processo contra o Queiroz, ele se explique". Em linhas gerais, as declarações de Mourão estão muito próximas daquilo que destaca o próprio Bolsonaro. "Se eu errei, eu arco com as minhas responsabilidades. Não tem problema nenhum", finaliza. 

Portanto, que se investigue... É claro que precisa explicar! 

Os problemas internos do PSL são outros. Eles existem, evidentemente. Como a rota de colisão entre Joice Hasselmann e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, dentre outros. Ali, precisa sim de um freio de arrumação. Todavia, as declarações de Mourão estão longe de serem assustadoras e/ou provocar uma crise. 

Quando o senador Renan Calheiros (MDB) compara as últimas declarações de Mourão a conflitos históricos entre vice-presidentes e presidentes, exagera. 

Estou no twitter: @lulavilar