Em suas redes sociais, o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB) avalia que o ano de 2019 será um ano incerto quanto ao cenário econômico. Por esta razão, já anunciou uma "dieta" para sua futura gestão.
De acordo com o próprio governador, "por dieta, entenda: rever contratos, avaliar a necessidade de cada estrutura estatal, valorizar cada centavo do dinheiro público". Renan Filho ainda pontua: "Esse é o único caminho para garantir solidez fiscal, que é base necessária para o crescimento econômico e para políticas públicas de sucesso".
Enquanto linha de pensamento, Renan Filho está correto. Aguardemos a prática. Digo mais: isso deveria ser inddependente do cenário futuro, pois um governo precisa sempre reduzir gastos e a máquina pública para priorizar o investimento em serviços, que é aquilo que o contribuinte espera.
O governo Renan Filho - portanto - poderia repensar a estrutura administrativa e quem sabe até reduzi-la. Há pastas, como a Secretaria de Prevenção à Violência, que podem ser repensadas junto à Segurança Pública, mantendo as políticas que deram certo e eliminando espaços que servem apenas para acomodação política de aliados.
Por sinal, com o leque de alianças de partidos em torno de sua candidatura este ano, esse será um dos desafios. Todo mundo quer um "naco" do governo.
No mais, o cenário de 2019 é de governo novo, que tem prometido mais liberdade econômica, privatizações e foco em serviços essenciais do Estado. Se se cumprir, será melhor do que os anos que o governo Renan Filho enfrentou quando a presidência estava as mãos do perdulário e corrupto governod e Dilma Rousseff (PT).
O governador sabe o que foi essa crise, tanto que se orgulhou - e estava correto em fazê-lo - de pagar os salários em dia e garantir investimentos. Ajuste fiscal sempre é expressão essencial ao governo. E este tem que se dar sem aumentar impostos, pois a população já não aguenta mais pagar.
É fechar a torneira, focar no essência e não desperdição recursos.
No cenário nacional, que preocupa Renan Filho, temos problemas de fato. O próximo governo federal já assume com um déficit orçamentário. Herança ainda da heterodoxia econômica petista. Mas, o PIB voltou a crescer.
De acordo com dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), para 2019, a previsão de crescimento é de 2,1%. Que a previsão se cumpra... Uma das incertezas é a implementação das reformas pelo próximo governo do presidente eleito Jair Messias Bolsonaro (PSL).
Em todo caso, tudo indica que Renan Filho terá um melhor cenário que os seus dois primeiros anos de governo estadual, quando enfrentou as consequências de sua aliada a presidente Dilma Rousseff (PT). Ainda assim, Renan Filho optou por apoiar o candidato derrotado à presidência Fernando Haddad (PT).
Basta o governador lembrar do cenário de 2016, quando o PIB nacional foi de -0,1% no primeiro trimestre, -0,8 % no segundo trimestre e 0,3% no terceiro trimestre, só voltando a crescer e 2017, no governo do atual presidente Michel Temer (MDB).
Renan Filho está certo em adotar a precaução. O cenário tem suas impreivsibilidades, mas está muito distante - ao menos nas expectativas - do passado recente deste país.
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