O senador Lasier Martins (PSD/RS) resolveu comprar a briga para impedir que o senador alagoano Renan Calheiros (MDB) se eleja, mais uma vez, presidente do Senado Federal. Martins acredita que se a votação para o cargo ocorrer de forma aberta, com todos os membros da Casa tendo que expor em quem vota, Renan Calheiros fica enfraquecido. 

O Regimento Interno do Senado Federal prevê a votação fechada para a eleição dos membros da Mesa Diretora. Renan Calheiros tem tratado o tema com cautela e evita a exposição os holofotes. Nos bastidores, a informação é de que Renan articula sua candidatura para 2019. 

O fato é que a ação de Lasier Martins - que tinha endereço certo! - provocou Renan Calheiros. Os dois, como já registrou o CadaMinuto, trocaram ofensas no plenário da Casa. A troca de farpas partiu para a baixaria e Calheiros fez referência a uma acusação de Martins ter batido na esposa. O inquérito foi arquivado.

O senador do PSD destacou ser "ficha limpa" e lembrou o que pesa contra Renan. 

Eunício Oliveira (MDB) fez  o papel da turma do "deixa disso". 

Calheiros não quer a votação aberta. Mas, muito hábil (como sempre) com as palavras, joga a responsabilidade para o plenário, falando da proteção de seus pares. "Tudo que meus adversários querem é que eu diga que sou ou não sou candidato à presidência do Senado", diz Renan, mantendo o "suspense". 

Na sequência, Renan Calheiros comenta a proposta de voto aberto:

"Uma outra informação é sobre uma proposta, que eu não conhecia, que propõe a abertura de votos na eleição no Senado. Para os desavisados, quem fez a reforma do sigilo do voto fui eu. Essa praça aqui estava lotada, nós deliberamos e fizemos a reforma do voto com as pessoas pedindo. Eu já me elegi quatro vezes presidente do Senado. Eu sempre fui indicado pelo meu partido, mas sempre disputei no voto", frisou. 

Calheiros ainda explica sua versão para as eleições que enfrentou. "Quem retirou o sigilo do voto no Brasil foi o senador Renan. Peça para avisar o autor do projeto. Eu, Lasier, não tenho preocupação com o sigilo do voto. Tenho preocupação em solidariedade aos companheiros da Casa. O senador mesmo injustamente acusado de agredir a esposa vai ter que se submeter ao Conselho de Ética e aí não tem sigilo de voto. Por enquanto, eu torço para que a proposta do Lasier ande e ande também a acusação que ele responde de que agrediu a sua mulher". 

Renan Calheiros lembrou que se solidarizou com a eposa de Lasier. O senador gaúcho respondeu: "O senador Renan volta de sua doença a mil por hora e mal informado. Se o senador foi pelo fim do sigilo que ele ajude para que tenhamos aqui uma eleição para a presidência do Senado com voto aberto. Em relação a acusação está mal informado e cometendo uma calúnia. Este processo não passou de um inquérito que foi arquivado, pois foi constatado que não houve o fato". 

Lasier disse que Renan criou uma confusão porque sabe que tem alguém que não é seu eleitor: "Vossa Excelência responde a 14 processos". "Renan começa aqui hoje sua campanha para o Senado. Não sei se vai levar", complementou. O senador gaúcho disse que Renan não tem ética e que a eleição de Renan é a "velha política". 

 

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