A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) destacou a necessidade das autoridades competentes em agilizar e apurar com rigor a morte dos 11 integrantes de uma organização criminosa durante a operação Tróia, no sertão alagoano.
Membros da comissão estavam no Brasil em uma visita de observação quando a operação ocorreu. Através de um relatório divulgado, a Comissão considerou o fato como “execuções extrajudiciais” e alertou que os padrões da segurança cidadã exigem que se denuncie, processe e castigue quaisquer abusos do poder policial.
A ação dos policiais que participaram da operação vem sendo bastante criticada pelos órgãos de Direitos Humanos no estado. A comissão frisou que não existem indícios de confronto policial, pois “não havia policial ferido”.
“A CIDH alerta para indicações de execuções extrajudiciais e espera que as circunstâncias sejam esclarecidas de maneira rápida e diligente. A CIDH recomendou que o Estado brasileiro amplie os mecanismos de controle da atividade policial para garantir que atuem dentro do marco do respeito pelo uso proporcional da força”.
O caso
Onze suspeitos de praticar assaltos a bancos foram mortos após tocar tiros com a polícia, durante uma operação deflagrada nesta quinta-feira (8), no Sertão de Alagoas.
De acordo com as primeiras informações policiais, o grupo teria assaltado uma agência bancária na cidade de Águas Belas, em Pernambuco, durante a madrugada. Os suspeitos foram surpreendidos pela polícia em uma residência localizada na zona rural de Santana do Ipanema, reagiram à voz de prisão e foram feridos durante uma intensa troca de tiros. Alguns foram socorridos e levados para hospitais da região, mas não resistiram e entraram em óbito. Nenhum policial se feriu.
No local, os militares encontraram dois fuzis, quatro espingardas calibre 12, pistolas, coletes balísticos, munições, explosivos e balaclavas (gorros utilizados para esconder o rosto). Uma caminhonete também foi apreendida.









