A fala do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) em entrevista ao Jornal Nacional na noite dessa segunda-feira (29) chamou a atenção da imprensa brasileira. Bolsonaro afirmou que "a imprensa que se comportar de maneira indigna não terá mais recursos do governo federal". O presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, Izaías Barbosa, disse que o "tom" dele [Bolsonaro] no discurso de ontem foi ameaçador e preocupante para os jornalistas.
Bolsonaro comentou, em entrevista, que a Folha de São Paulo mentiu sobre uma matéria divulgada em relação ao novo presidente. Jair comentou que "não quer que a Folha acabe, mas no que depender dele, a imprensa que se comportar dessa maneira indigna não vai receber recursos do governo federal".
Em entrevista ao Cada Minuto na manhã desta terça-feira (30), Izaías comentou que Bolsonaro tem uma formação militar e que as pessoas ainda lembram do período militar no país.
"Nessa eleição vimos alguns casos de pessoas ligadas a ele... como foi o caso do assessor dele que mandou mensagens ofensivas, ou até mesmo a história de profissionais que foram agredidos na cobertura da vitória. Algumas coisas que aconteceram e que nos deixa em estado de alerta", informou o presidente.
Na opinião de Izaías não vai ser fácil para a imprensa durante o mandato de Bolsonaro, mas que o dever do jornalista é denunciar. "Sabemos que isso é nossa tarefa. O papel é de denuncia, investigar e a partir do momento que ele não estiver cumprindo com o que prometeu, nós vamos denunciar".
O presidente também ressaltou que o jornalista pode sofrer represálias por causa das denúncias, mas ele espera que seja um governo democrático. "Apesar de que o tom que ele deu ontem não mostra isso, a não ser que ele mude de opinião no momento que ele assumir o cargo, mas até ontem ele demonstrou que vai ser duro e avisou, de forma indireta, que vai perseguir jornais como foi a Folha de São Paulo".
No caso dos estados, Izaías acredita que pessoas que são ligadas a ele que vão "tentar" fazer pressão e que algumas delas, mesmo sem a autorização do presidente eleito, já estão agindo. "A partir daí já se tira do que vem pela frente", finalizou o presidente.








