São enormes o desafio que o presidente eleito Jair Messias Bolsonaro (PSL) terá pela frente. Passadas as eleições, com as paixões que desperta, mas que também devem passar, a hora é de cobrar promessas, mas sem perder a noção da realidade em que vivemos e a forma como a máquina pública se encontra. 

O próximo presidente prometeu - durante a campanha - mais liberdade econômica, desaparelhamento do Estado e uma visão sem viéis ideológico nas relações a serem mantidas com os estados da federação e com demais países. Na minha visão, é assim que deve ser. 

Já foi criticado por seu discurso, logo após o resultado das urnas, fazer um "proselitismo religioso" por incluir uma oração e falar em Deus. Bobagem pura! Ranço. 

O Estado é laico, todas as religiões devem ser respeitadas, mas Jair Messias Bolsonaro assim como a maioria dos brasileiros é cristão e o agradecimento, neste sentido, faz parte de quem acredita em Deus. 

Além disso, a herança do cristianismo na História - em que pese erros de cristãos - é de valores sólidos que nos renderam as universidades, hospitais, escolas e até um olhar sobre o humano que colocava todos dignos pelo simples fato de ser humano. É como tem que ser. 

Em seus discursos, Bolsonaro tem falado de liberdade de imprensa, desburocratização, municipalismo (o tal Menos Brasília e Mais Brasil), incentivo ao empreendedorismo, atração de investimentos e indicações técnicas para setores estratégicos, que se mantenha fiel a isso. Acredito que o próximo presidente tem tudo para fazer um governo bom. Vai haver erros? Creio que sim. Todo governo erra. 

É bom que Bolsonaro tenha oposição? É fundamental. E oposição não se escolhe. Vai haver a oposição pela oposição e aquela que tem o olhar crítico e produtivo, cobrando sobretudo as principais promessas. 

Então, que haja a oposição da esquerda e  oposição com um viéis mais liberal e menos conservador. Que tenhamos a inteligência de separar quem é quem: os que realmente torcem por um país melhor e os que só torcem para colocar uma ideologia no poder. 

Bolsonaro não é o candidato dos sonhos. Mas é o homem que enfrentou um estamento burocrático e conseguiu a maioria dos eleitores. Seu maior desafio será este mesmo estamento, que adora privilégios, que adora se comportar como uma casta onde o poder que emana do povo é contra este povo exercido. Mergulhado na hipocrisia, esse estamento ainda diz que luta pelo povo. 

De forma prática, lidará com os déficits inegáveis das contas públicas que exigirão reformas que não são fáceis. Não será simples encontrar a medida certa de cada coisa. 

A Educação brasileira também será outro desafio. Tirar o viéis puramente ideológico para trabalhar o verdadeiro conhecimento humanístico, técnico e científico para que a nação progrida e produza gerações melhores de homens livres, empreendedores e capazes é tarefa hérculea. Espero que consiga. 

Em resumo, torço por um bom governo. E acredito que o papel da imprensa é o de ser vigilante, reconheendo acertos, apontando erros e denunciando mesmo o que for preciso ser denunciado. Como disse um pensador americano, o preço da liberdade é a eterna vigilância. 

E, como cristão, também falo em Deus e rogo para que ele ilumine as pessoas que vão conduzir os destinos da nação ao lado do presidente, no sentido de trazer um Brasil melhor para todos: para as vozes concordantes e para as vozes discordantes. Afinal, no final das contas, estamos no mesmo barco. 
 

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