O que não faz uma virtual vitória de um candidato à presidência da República em um segundo turno? Bem, um dos feitos é a força da gravidade com a qual alguns políticos já se deixam levar pelas águas desse rio, ainda que nunca tivessem tido qualquer identidade com um campo de direita.
É o que acontece agora com Jair Bolsonaro pelo país. Em Alagoas, não é diferente. É importante para eleger um presidente? Inegável. Porém, é preciso entender que Bolsonaro sempre teve uma campanha totalmente diferente dos moldes tradicionais. Gostem dele ou não, foi assim.
Quando essas lideranças, ao contrário, sempre estiveram associados ao outro lado por uma questão de sobrevivência nesta selva política. Em resumo: para onde o pêndulo do poder vai, lá vão muitos.
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No recente evento com a presença do senador Magno Malta (PR) em Alagoas, já era possível notar isso. Não faltaram políticos que, até ontem, estavam associados a siglas que são contrárias a Jair Messias Bolsonaro.
É o caso, por exemplo, de Rosinha da Adefal. Ex-deputada federal, ex-secretária, Rosinha transita no clã dos Calheiros, que são aliados do PT. Aliás, foi candidata nesse pleito. Não há, em seu histórico político, qualquer ligação com uma direita. Todavia, pessoas mudam e possuem esse direito. Que seja o caso...
No evento, o senador Benedito de Lira (PP) também se fez presente. Lira, que é do PP, já foi base do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mesmo depois tendo apoiado o impeachment. Mas, sua ligação com o governo passado é inegável. O apoio se dá muito mais por uma conjuntura local, onde o PP se torna o partido de oposiçao ao MDB, do que por outras questões.
O ex-ministro de Michel Temer (MDB) e deputado federal Marx Beltrão (PSD) também declarou seu apoio público ao presidenciável Jair Messias Bolsonaro. Beltrão, que em passado não tão distante queria ser candidato ao Senado Federal, teve que se contentar, por força das circunstâncias, com a candidatura à Câmara dos Deputados, contando com o apoio do senador Renan Calheiros (MDB), o fiel aliado do PT e opositor de Temer.
É difícil para o eleitor entender tal xadrez.
Mas é fato: essas lideranças políticas nunca se fizeram presente em lutas por bandeiras que são de direita nem em Alagoas, nem no Brasil. Ainda que possam ser julgados por acertos e erros em seus trabalhos, privilegiaram sempre a matemática eleitoral, que permite a sobrevida na selva. Daí a política ser essa Arca de Noé, reunindo todo tipo de espécie dessa fauna.
Se formos buscar com mais afinco, muitas das lideranças que hoje migram para o lado de Bolsonaro em Alagoas, encontraremos mais casos assim, que são, no mínimo, confusos em relação aos apoios que antes concediam. É a política, meus caros. É a política...