Caro leitor, ainda vivemos em uma democracia. Votar é uma escolha sua. Se vai optar pela esquerda petista, se vai optar pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), como alternativa à direita ou ainda se opta pela neutralidade, é com você e sua consciência. No máximo, o que se sugere, é que se avalie a escolha, sobretudo no momento que o país se encontra.
A campanha acirrou. Ânimos aflorados e alguns que se sentem o "monopólio das virtudes", o "suprassumo do bem" etc, com uma arrogância tal que não consegue observar os defeitos do lado escolhido. São capazes de absurda façanha de chamarem de fascistas os que, durante uma vida toda, pregaram pela redução do Estado e da influência deste na vida dos indíviduos.
Sequer se dão conta que fascismo, como posto pelo próprio Benito Mussolini, é o contrário disto: tudo pelo Estado, para o Estado e com o Estado. Era uma doutrina de capitalismo de Estado, anti-liberal e com profundo ataque às consciências indivduais, pois tudo tinha que ser coletivizado, registrado, "sindicalizado" e posto sob o controle do poder coercitivo estatal.
Mas, são tempos estranhos. Onde conceitos viram meros xingamentos. Há por aí quem ostente a foice e o martelo sem nem se preocupar com o fato desse regime nefasto chamado comunismo ter matado milhões de pessoas. Aqui cito o mravilhoso livro O Livro Negro do Comunismo ou então a obra de Robert Service chamada Os Camaradas. São obras que se tornaram referência no mundo, assim como A História Concisa da Revolução Russa de Richard Pipes ou Os Ditadores de Richard Overy, em que são mostradas a semelhanças entre o nazismo e o comunismo.
As ideologias seculares - de uma forma geral - se apoiaram em visões pseudocientíficas para promover as piores atrocidades contra as sociedades onde foram implantadas. Assim foi com o Nazismo com o cientificismo biológico, o darwinismo social e outras influências que vão bater em Rousseau, como registra Jaochim Fest na biografia que faz de Adolf Hitler. Do outro lado, o cientificismo socioeconômico que deu no pragmatismo violento de Lênin e Stalin. É a história.
Não digo com isso que são iguais. Claro que não. Na essência de seus pensamentos, possuem diferenças. Mas na prática, antiliberais, anticapitalistas, com campos de concentração, perseguição a opositores etc.
De minha parte, sou contrário a qualquer tipo de autoritarismo ou ditadura. Em épocas passadas, já critiquei sim algumas declarações do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) que acho que fugiram do tom. Uma direita não entendeu minha crítica. Paciência...
Vejo que ele, Bolsonaro, chama suas próprias declarações de "caneladas". Não o vejo como um candidato perfeito, mas como alternativa viável ao lulopetismo e o programa de governo de Fernando Haddad (PT) que, dentre outras coisas, fala de regulação de mídia, ponto do qual discordo veementemente.
É meu direito discordar. Democracia se faz de lados. Quando se exige a existência apenas de um lado é justamente quando se está impondo a censura ideológica. Que Deus nos livre de um governo assim. De um Estado assim. Governos existem - pouco importa o governante - para serem vigiados e esta deve ser uma tarefa da imprensa em uma democracia sadia.
Criticar um político é necessário. Todo e qualquer político deve ser submetido ao escrutínio público, seja ele de esquerda ou de direita. Seja ele aquele no qual eu voto, seja ele aquele em quem eu não voto. Alguem já disse que eles são como fraldas e devem ser trocados pelos mesmos motivos. Acho uma boa reflexão.
O fato de eu votar em um candidato não faz com que ele esteja a salvo das críticas que deva fazer. Eles são os nossos empregados enquanto funcionários públicos e não o contrário. No dia que tivermos a consciência disto, a democracia já melhorará bastante, creio eu. Começará a cair esse estamento burocrático atual onde o poder emana do povo para contra o povo ser exercido.
A arrogância de parcela da esquerda de chamar todo mundo que discorda dela de fascista terá um alto preço para ela mesma. Anotem isso. Primeiro pela própria arrogância. Segundo porque atribui a pessoas comuns crimes de regime nefasto; e são pessoas que estão em busca de uma alternativa aos danos que o PT, seus apadrinhados e aliados fizeram ao país e, atualmente, essa gente sequer tem a capacidade de um "mea culpa", como bem lembrou o senador eleito Cid Gomes (PDT).
Não discuto mais com quem não tem argumentos, mas apenas xingamentos. Prezo pela minha sanidade mental. No mais digo, o meu voto é o meu voto. O de vocês é o de vocês. E eu discordo profundamente da esquerda que aí se encontra. Mas uma coisa para o futuro é certa: se há governo, sou oposição crítica, reconhecendo acertos e apontando erros. Meu amor pelo Brasil me chama a isso.
Estou no twitter: @lulavilar