O governador Renan Filho (MDB) concedeu uma entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira (15), no Palácio dos Palmares, em Maceió, para apresentar os dados referentes à redução de violência em Alagoas e criticou o regime semiaberto. Segundo ele, o regime não funciona bem no país e é mais próximo do “aberto do que do fechado”.
Durante a entrevista, Renan disse que não concorda com o semiaberto visto que o suspeito dorme a noite no sistema prisional, mas pelo dia pode cometer crimes.
De acordo com o governador é necessário que se crie oportunidades para reeducandos e ressaltou que em Alagoas, 800 deles trabalham. “Quem sabe fazemos isso também com a iniciativa privada. Muita gente fala que é preciso mudar o sistema, mas não oferece oportunidades ao ex-presidiário. O Brasil precisa refletir sobre isso”.
Renan também enfatizou que o Governo Federal não “faz nada” pelo sistema prisional e comentou que “nem o atual governo, nem outros e nem o que virá, vai fazer”. “É complexo demais”, afirmou. Para ele, o país não tem presídio federal e que há são 700 mil presos que custam R$ 3 mil por mês. “O presídio federal é para manter o Fernandinho Beira-Mar e dizer que tem presídio. Todos nós vivemos uma crise fiscal: em casa, na empresa que trabalhamos e no governo. Colocar um preso no sistema prisional gera um custo altíssimo”.
Para que se mude a realidade, Renan disse que seria necessário investir em políticas públicas para empregar. “O reeducando não comete crime mais, mas o semiaberto não atinge esse objetivo porque ele terá uma parcela do dia em aberto. Como alguém não comete crime? Com oportunidade e educação. Você pega um preso com 29 anos, analfabeto, ele sai e vai cometer crimes, mas se você oferece condições de trabalho, isso não vai acontecer”, enfatizou.
“Seguir construindo vagas é um problema no país. Entre o semiaberto e a tornozeleira eletrônica talvez seja melhor a tornozeleira desde que ela seja para quem cometeu crimes de menor potencial ofensivo. Se ele fizer algum crime com a tornozeleira ele vai estar tirando um direito dele, se for em semiaberto ele vai ‘desmoralizar’ a instituição”, finalizou o chefe do Executivo.
*Estagiária sob a supervisão da editoria









