O ex-engenheiros do Hawaii, músico e compositor gaúcho Humberto Gessinger retorna aos palcos maceioenses ainda neste ano. Depois de muito tempo longe dos palcos alagoanos, Maceió receberá a turnê Ao Vivo Pra Caramba duas vezes em 2018. Desta vez, no dia 10 de novembro no Acrópole Hall.
A expectativa do show é que reserve surpresas, já que – ao que tudo indica – Gessinger sobe ao palco em uma transição de turnê, com músicas que ainda remetem ao A Revolta dos Dândis (gravado na íntegra ao vivo no ano passado), as canções inéditas lançadas recentemente e os hits da carreira do músico com uma atenção especial ao Filme de Guerras, Canções de Amor (o primeiro acústico dos Engenheiros do Hawaii).
Gessinger tem demonstrado vigor na fase solo de sua carreira. O músico deu uma nova leitura aos antigos clássicos, firmou parcerias que renderam bons trabalhos, a exemplo da canção Alexandria com Thiago Iorc, e ao mesmo tempo lançou inéditas que refletem não apenas a maturidade de seu trabalho, mas também uma filosofia presente em recentes canções: “o melhor ainda está por vir”. É o caso de Das Tripas Coração.
Nas inéditas, que compõem um álbum dentro do álbum, como diz Gessinger, temos um universo minimalista que dialoga muito bem com o som pesado do palco. Por sinal, ao vivo, o trabalho de Felipe Rotta, que assumiu as guitarras do trio, é um espetáculo a parte. O conjunto da obra mostra que Gessinger segue em frente, sem virar um cover de si mesmo, dialogando com o passado, mas sem qualquer nostalgia.
Humberto Gessinger ainda conseguiu fazer com que canções de várias fases conversassem entre si, como é o caso de Infinita Highway e Até o Fim e a mistura visceral de Terra de Gigantes com Vozes. Banco – música do final da década de 90 – surge no palco com vida nova e fala dos dias atuais. O mesmo acontece com Cadê, que é uma das quatro inéditas.
Quem foi ao primeiro show de Gessinger em Maceió neste ano, não e arrependerá de ir ao segundo. Afinal, o músico nunca se repete e sempre há surpresas. Quem não foi, tem a oportunidade de assistir um dos melhores roqueiros brasileiros no palco e constatar a razão pela qual, depois de tanto tempo, o vinho segue brindando as uvas, como na metáfora de Datas e Nomes.
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