O smartphone deixa nosso cérebro mais desatento e preguiçoso, veja como isso acontece
As notificações que chegam aos smartphones ajudam a desprender nossa atenção. Assim que o cérebro humano recebe esse estimulo, ele automaticamente se desvincula de outras ações que estavam sendo executadas e passam a se concentrar em um determinado assunto.
Isso significa que o smartphone não é capaz de ampliar nossas faculdades mentais tão pouco deixar nosso raciocínio mais afiado e nossa memória mais potente ou nos manter mais concentrados. Alguns psicólogos e neurocientistas que estudam o assunto não acharam uma resposta definitiva sobre os efeitos que o celular e outros dispositivos tecnológicos podem ter sobre o cérebro humano, mas eles conseguiram coletar dados que chamam bastante atenção.
De acordo com eles o cérebro recebe um volume gigantesco de estímulos por gadgets que estão relacionados com a deterioração da memória e dificultam a peneira de informações inúteis fazendo com que as taxas de ansiedade e de estresse aumentem o que gera um desperdício da capacidade cerebral.
Para te ajudar a perceber tal desperdício, é muito comum que enquanto estamos assistindo um vídeo no Youtube ou vendo um filme na Netflix que façamos uma pausa assim que chega uma notificação do Whatsapp e ai você se esquece de voltar ao vídeo ou ao filme e abre o Instagram para ver os comentários em alguma foto e antes de terminar de ler já está cansado o suficiente para retornar ao que estava fazendo a princípio.
O gatilho neurológico
Os smartphones, computadores e aplicativos são craques em sequestrar a atenção, eles vivem maximizando seus truques para não conseguirmos deixa-los. Nosso cérebro cai facilmente em todas as armadilhas. O ciclo vicioso do prazer condiciona nosso cérebro a se manter conectado, pois os estímulos criam uma espécie de gatilho neurológico.
O condicionamento cerebral pode ser feito com qualquer coisa, como por exemplo: acordar todos os dias no mesmo horário, passear com o cachorro todo dia de manhã após tomar café ou lavar a louça sempre após o almoço. No entanto, a onipresença dos dispositivos eletrônicos e a imprevisibilidade dos alertas faz com que esse gatilho neurológico não tenha hora nem lugar para disparar.
A diretora do laboratório de neurociência da Nielsen, Janaína Brizante explica que os smartphones nos deixam conectados 24h por dia e cada vez que apertamos a bolinha do celular recebemos uma injeção de neurotransmissores que dão uma sensação de bem-estar, entre eles encontramos a dopamina.
A dopamina
A dopamina é um composto químico derivado do aminoácido tirosina e precursora natural dos neurotransmissores adrenalina e noradrenalina, responsável pelo controle do movimento, memória e sensação de prazer.
Esse neurotransmissor age em áreas diferentes do cérebro e atinge regiões como o humor, pensamento, atenção e motivação. A sensação de prazer é uma das principais responsáveis pelo condicionamento cerebral. Todas as vezes que recebemos curtidas e comentários positivos no Instagram, por exemplo, sentimos necessidade de postar sempre só para que a dopamina estabeleça novamente em nosso cérebro a sensação de prazer e bem-estar.
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