O senador Renan Calheiros (MDB) e o governador Renan Filho (MDB) receberam o petista Fernando Haddad em Alagoas, no domingo passado, 02, em Alagoas. Junto com outros políticos (muitos petistas), foram os cicerones de Haddad, o ainda “vice” do inelegível e condenado Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula (PT).

De acordo com uma das matérias do CadaMinuto sobre o evento, o senador Renan Calheiros – que busca a reeleição – comentou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que com base na Lei da Ficha Limpa, decidiu pela inelegibilidade de Lula (pelo placar de 6 x 1).

Disse Renan Calheiros: “Em Alagoas mesmo, nessas eleições, tem inúmeros exemplos. É inaceitável o que ocorre com Lula. Contem com nosso apoio e dedicação”, concluiu, sem citar nomes, se referindo ao fato de outros “ficha sujas” seguirem na disputa.

Primeiro ponto, Renan Calheiros inverte a lógica: se há candidatos que conseguiram, por gambiarras jurídicas e ou efeitos suspensivos, ludibriar a Ficha Limpa e serem candidatos, é este fato que deve ser combatido para que os “ficha-sujas” estejam fora da eleição e não o contrário: se aproveitar de gambiarras jurídicas para favorecer a todos os “ficha-sujas”.

Renan deveria cobrar todos os “ficha-sujas” fora do processo eleitoral e não usá-los como desculpa para liberar a candidatura de Lula.

Mas, subverter a lógica é uma estratégia das guerras de narrativas políticas ainda mais quando apoiadas em alguma ideologia, pois esta – ao longo da História – sempre foi um conjunto de ideias para travestir um fim político. Todavia, como Calheiros é um aliado de primeira grandeza dos petistas e vice-versa, então a defesa de Lula é regra.

O outro ponto é o fato de ao citar que há gente condenada em segunda instância que conseguiu registrar sua candidatura, Calheiros não cita nomes porque sabe que tem casos assim em sua coligação. O deputado federal e candidato à reeleição Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), foi condenado em segunda instância.

Ele foi condenado em uma Ação de Improbidade Administrativa oriunda da Operação Taturana. Porém, assim como outros – Cícero Almeida e Arthur Lira – se beneficiou com o efeito suspensivo. Para Renan Calheiros, obviamente, pegaria mal citar os que estão em coligação adversária e esquecer dos nomes que estão em sua “casa”.

Porém, Renan Calheiros sempre foi uma mão amiga para o PT. Não por acaso, o emedebista foi peça importante no processo de impeachment da ex-presidente Dilma, salvando os seus direitos políticos. Isto permite que hoje, a ex-presidente tente retornar à política em um mandato no Senado Federal por Minas Gerais.

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