Por muitos anos o Facebook exerceu um forte monopólio sobre todas as outras redes sociais. Extremamente versátil, a plataforma se estabeleceu não só como uma rede de relacionamentos, mas como um lugar para trocar experiências, fazer compartilhamentos e, principalmente, para exercer o comércio.

No entanto, desde 2015, a ascensão do Instagram, que desponta como a rede social que mais cresce atualmente, vem afetando diretamente o Facebook, que perde cada vez mais adeptos e usuários. No âmbito comercial, o número de empresas que  migram de uma plataforma para a outra afim de alcançar o maior número de pessoas possível só cresce.

De acordo com empresária Meline Lopes, que trabalha com comunicação digital voltada para mulheres empreendedoras, o Facebook, de fato, deixou de ser o foco da maioria das pessoas que querem veicular produtos na rede.

Segundo ela, isso aconteceu por que a plataforma ficou extremamente textual, sendo ocupada por muitos anúncios e textos opinativos.

“O ser humano é extremamente visual e o Facebook ficou muito textual, servindo como uma espécie de blog para a maioria das pessoas. Isso deu à rede uma certa monotonia. O Instagram, que oferece diversos recursos visuais como os stories e o feed, é mais dinâmico e mais propício para as vendas” explicou.

Empresária Meline Lopes

 

Experiências de empreendedores alagoanos

A alagoana Martha dos Santos, dona de uma empresa de doces gourmets, afirmou que saiu do Facebook e criou um perfil para o estabelecimento no Instagram por conta da função dos stories, que a fez se aproximar mais do seu consumidor final.

“Depois do lançamento dos stories, fiquei mais próxima dos meus clientes através do Instagram. Converso sobre a marca, faço sorteios, apresento novidades, compartilho receitas. Viramos uma grande família. No Facebook eu não tinha isso, o que foi decisivo na minha troca” disse.

Sobre o processo de transição, Martha afirmou que foi difícil no começo por não saber mexer na nova plataforma, e que a adaptação durou cerca de dois meses. “É um processo de adequação mesmo. Aprender todas as novas ferramentas e ficar confortável foi uma coisa que demorou uns 2 meses. Depois desse período, tudo ficou fluído e meu retorno financeiro melhorou significativamente” disse ela.

Para o fotógrafo Júnior Anadias, que trabalhou com o Facebook por quatro anos antes de migrar para o Instagram, onde possui mais de 12 mil seguidores, a estética do feed e a organização das fotos foi o que pesou mais em sua decisão.

“Minha área é fotografia, e o Instagram é isso. Sair do Facebook e ir para ele me proporcionou manter as fotos todas organizadas e juntas, como em um álbum. Minhas vendas aumentaram em 80%, e minha agenda para ensaios pessoais está lotada. No Facebook as fotos tinham que ser mantidas separadas, e o cliente tinha que procurar para encontrar. No Insta não: clicou no perfil e você já tem tudo” afirmou Anadias.

Como utilizar o Instagram para obter bons resultados comerciais?

Ainda Segundo Meline, um dos principais fatores que permeiam o sucesso de um perfil comercial no Instagram é tratar a rede como um lugar de produção de conteúdo, não como um varejo de lojas.

“Se você pensa em investir em vendas pela internet, não dá para traçar o Instaram como um varejo ou uma plataforma de supermercado. Ele deve ser visto como um lugar para produzir conteúdo. Por exemplo, se você vai vender roupas, é bom utilizar conteúdos para dar dicas de moda na função dos stories” disse.

Meline também afirmou que cativar um cliente pelo Instagram é mais difícil que em uma loja física, devido à grande variedade de produtos disponíveis dentro da própria plataforma.

“Se um cliente vai em busca de um produto, por exemplo, ele entra no Instagram e se não tem, simplesmente não tem. Há vários outros perfis que podem oferecer aquilo. Então o atendimento tem que ser extremamente humanizado, e o feed atraente. É preciso pensar em todos os detalhes, principalmente no marketing digital” explicou ela.

No dia 28 de julho, um Workshop comandado pela empresária será lançado, afim de disseminar mais conhecimento acerca do universo das vendas em âmbito digital. O Workshop será voltado apenas para mulheres empreendedoras.

É o fim do Facebook?

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Ainda de acordo com a especialista em assessoramento digital, mesmo com todo esse processo migratório, o Facebook ainda possui um público específico (de pessoas entre 30 e 50 anos), e que por isso nem todas as empresas devem deixar a plataforma.

“É preciso pensar no público alvo. Muita gente ainda está sim no Facebook, e dependendo de quem você quer alcançar é importante permanecer lá. Fora isso, acredito que a rede social vá se reinventar, e lançar novas ferramentas para não entrar no esquecimento social” explicou Meline.

 

 

 

*Estagiária