“Vamos lançar um nome para o governo sim”. Essa frase é do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB). Já é o caso de classificar o presidente do ninho tucano como alguém completamente fora do tempo das eleições e um tanto quanto distante da realidade do xadrez político. Levando em consideração a situação dos tucanos, é uma frase digna de stand-up! 

Rui Palmeira não consegue mais articular a oposição em torno do PSDB. Isto é um fato! 

Quando - na manhã de hoje - o prefeito reafirma que nomes tucanos foram levantados como os dos vereadores Kelmann Vieira (PSDB), Tereza Nelma (PSDB) e Eduardo Canuto (PSDB) para disputarem o Executivo estadual, mas que estes não estão mais sendo cogitados, o que Palmeira não diz, mas que é a realidade, é o seguinte: não temos nome e estamos “enrolando” até conseguir achar uma saída honrosa!

O prefeito ao desistir de disputar o governo contra Renan Filho desmontou a oposição não por ter desistido, mas pela forma como agiu. Não houve um diálogo com o grupo em busca de uma alternativa, se perdeu aliados políticos como o ex-ministro dos Transportes e deputado federal, Maurício Quintella Lessa (PR), que deixou o grupo sem deixar a base de apoio palaciana. 

Os demais partidos da oposição começaram a compreender que neste cenário é cada um por si. O PP tenta viabilizar as candidaturas do deputado federal Arthur Lira e do senador Benedito de Lira. O Democratas aposta no ex-secretário municipal José Thomaz Nonô e no ex-superintendente de Limpeza Urbana, Davi Maia. O PROS articula a reeleição de Bruno Toledo e a disputa por uma das cadeiras da Câmara de Deputados. 

E os planos desses partidos já são feitos sem depender dos tucanos. Se o ninho tucano apresentar alguém para o sacrifício, tudo bem. Caso não apresente, tudo bem também. Afinal, as alternativas já estão sendo construídas não mais pensando em majoritárias, já que o único nome tucano a uma majoritária é uma candidatura isolada que só depende dela mesma: o nome o deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB) para o Senado Federal. 

Então, acreditar que Teresa Nelma poderia ser candidata ao governo era apostar em uma possibilidade remota diante dos planos que esta vereadora já possuía desde sempre: lutar por uma das cadeiras de deputado federal em Brasília (DF). 

Dos vereadores citados, apenas Kelmann Vieira não teria nada a perder e até teria o que ganhar, em um possível compromisso para 2020, quando se dão as disputas pelas prefeituras municipais. 

É que Vieira não está envolvido diretamente no pleito de agora, uma vez que ele aposta apenas na candidatura da esposa a uma das vagas da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas. Flávia Cavalcante tenta retornar à Casa de Tavares Bastos, onde já teve um mandato. 

Quando Rui Palmeira fala que o PSDB ainda tem possibilidades de lançar um nome, apenas posterga o fato público e notório: os tucanos precisam de alguém que cumpra a árdua missão de colocar a cara no guia eleitoral, como fez o atual prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cézar (PSB), quando este era um edil tucano naquela cidade. Se este alguém reunir a oposição, melhor, já que os opositores também não possuem nomes. 

Naquela eleição passada, Júlio Cézar sabia que ia para o sacrifício. Sabia que suas chances eram remotas no pleito eleitoral de 2014, mas ao defender o legado do ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) fez mais por si mesmo do que por Vilela. Afinal, capitalizou uma futura candidatura à Prefeitura de Palmeira dos Índios. O plano pessoal de Júlio Cézar que - naquele momento casou com as necessidades tucanas - deu certo. O cenário agora não apresenta nomes para o casamento de interesses. Simples assim! 

Todas as fichas tucanas foram apostas em Rui Palmeira que desistiu. Ele assumiu a presidência do PSDB para se transformar no “coveiro” momentâneo do partido. Se acredita no que ele mesmo diz, ou está completamente fora da realidade ou seu relógio é um tanto quanto atrasado em relação aos ponteiros velozes da eleição. Se sabe muito bem que diz o que diz como forma de ganhar tempo para ao menos ter um nome de defesa de legado, sabe que se apoia em uma mentira. 

A maior prova disso é que os vereadores de Maceió - que possuem interesses nessa eleição vindoura - já se articulam em blocos para viabilizar suas candidaturas ou apoios. 

Em resumo: o que Rui Palmeira diz sobre eleições não mais se escreve… As pretensões do PSDB se resumem a eleger deputados estaduais - entre eles Cibele Moura, que é filha do aliado político de Rui Palmeira, Abraão Moura - Pedro Vilela para a Câmara de Deputados e Rodrigo Cunha para o Senado. É isso e nada mais que isso. 

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