No mês de junho, dois reeducandos foram encontrados mortos dentro dos presídios em Alagoas. Dos casos, um ocorreu no Cyridião Durval, em Maceió e outro na cidade de Girau do Ponciano, no Agreste. Segundo informou a Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) ao Cada Minuto, em três anos, foram registradas 52 mortes de detentos dentro dos presídios do estado.
Em 2015, foram 16 casos; 2016, 18; 2017, 18 e em 2018 [até junho], 07 casos. A maioria aconteceu no presídio da capital.
O vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários em Alagoas (Sindapen), Petrônio Lima, afirmou que a guerra entre facções e o famoso “ajuste de contas” são os dois principais motivos para que essas mortes aconteçam.
Para o vice-presidente da Sindapen, outra possível causa para as mortes é uma retaliação à implementação de bloqueadores de sinal de telefones celulares no sistema prisional. “Eles [os reeducandos], muitas vezes, escolhem desafetos pra tentar desestabilizar a administração".
Ainda conforme informou a Seris, a maioria dos reeducandos que morreram estavam presos devido ao crime do tráfico de drogas. Além disto, a secretaria informou que a maioria dos óbitos foram de causas naturais.
A Seris também ressaltou que caso aconteça a morte dentro do presídio, a equipe médica da unidade faz os procedimentos iniciais necessários e os agentes penitenciários isolam a cela para que o Instituto de Criminalística e Instituto Médico Legal possam averiguar a situação. Internamente também é aberto um Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar as causas e circunstâncias e o fato é comunicado ao Poder Judiciário (Vara de Execução Penal).
Perfil dos presos no Brasil
Do universo total de presos no Brasil, 55% têm entre 18 e 29 anos. Levando em conta a cor da pele, o levantamento mostra que 64% da população prisional são compostos por pessoas negras. Quanto à escolaridade, 75% da população prisional brasileira não chegaram ao ensino médio. Menos de 1% dos presos tem graduação.
*Estagiária










