O Ministério Público Estadual (MP/AL) pode pedir o afastamento e até a prisão de pelo menos seis policiais militares suspeitos de integrarem um grupo de extermínio. A afirmação é do promotor de Justiça Magno Moura, titular da Promotoria do Controle Externo da Atividade Policial, que investiga a existência de uma suposta relação entre os policiais e o sumiço e a morte de nove jovens em Alagoas.
Em entrevista ao CadaMinuto, o promotor explicou que, após receber denúncias de familiares das vítimas, o MP observou que há situações comuns entre os jovens que desapareceram após serem abordados por supostos policiais militares: a possibilidade de as vítimas serem usuárias de drogas ou estarem envolvidas em alguns delitos, como pequenos furtos ou associação ao tráfico.
“O MP tem essa preocupação de conter abusos e excessos no exercício da atividade policial e por isso estamos investigando... Em todos os casos o ‘modus operandi’ é semelhante, o que nos traz a forte suspeita de que exista um grupo articulado para o extermínio dessas pessoas, numa espécie de possível faxina social”, relatou Magno Moura.
Frisando em vários momentos que o Ministério Público não está acusando ninguém, até porque as apurações ainda estão em andamento, o promotor adiantou que, embora ainda não haja prazo para conclusão das investigações, ela ocorrerá o mais breve possível.
Ele lembrou também que, em alguns dos casos - registrados desde o final do ano passado até maio deste ano - os corpos ainda não foram encontrados.
Os casos investigados são o de Kelvin Nascimento e Eduardo Henrique da Silva, mortos em novembro do ano passado; Mateus Nascimento, encontrado morto em janeiro deste ano, em Rio Largo; Humberto Thiago de Araújo Neto e Robert Kennedy, desaparecidos em fevereiro; Anderson Lynniken, que desapareceu em novembro de 2017; Alysson Santos, também desaparecido desde dezembro do ano passado; Alberto Lins Monteiro, encontrado morto em março de 2018; e Adriano Carmo dos Santos, desaparecido em maio, em Piaçabuçu.










