De acordo com informações de bastidores, o senador Renan Calheiros (MDB) tem conversado muito com o também senador Fernando Collor de Mello (PTC) sobre política. Bem, tudo leva a crer que o prato principal do mais recente almoço entre os dois caciques da política alagoana não é o cenário nacional, mas o local.
Para Renan Calheiros, conversar com Collor é importante. O senador do PTC é dono de conglomerado de comunicação e, apesar do governador Renan Filho (MDB) ter a faca e o queijo na mão para a sua reeleição, a situação de Renan Calheiros não é a mesma. Além disso, há acordos a serem travados visando um futuro, que são as eleições vindouras, já que lá na frente MDB e Collor se chocarão, caso Renan Filho mire no Senado como continuidade de sua vida política.
Assuntos não faltam para os dois: Renan e Collor.
Só não se pode esperar que Renan Calheiros passe a ser um apoiado de Fernando Collor na disputa pela presidência da República. Ao menos não agora. É que o emedebista já tem seu presidenciável e ele é um presidiário: Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula (PT).
Renan não dá ponto sem nó!
Calheiros se tornou um ferrenho defensor da “tese do golpe”. Mais recentemente divulgou até vídeo defendendo a candidatura de Lula. Por outro lado, Calheiros sabe que Lula não será candidato em virtude da condenação em segunda instância e de estar preso. Sabe que tudo não passa de uma narrativa petista para manter a capilaridade de seu político preso, jamais de um preso político.
Desta vez, diferente do que o ocorreu no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Calheiros não terá tanto poder assim para rasgar a Constituição Federal. Por mais que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) interpretem a Constituição como queiram – o que foi visto no caso do voto impresso – o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não deve ir tão longe, nem o STF.
Então, Renan Calheiros adere a uma bravata de forma consciente para surfar na capilaridade de Lula no Nordeste. Se isto dará resultado ou não para o senador emedebista, aí é outra história...Mas sem Lula? Renan Calheiros apoiaria Collor? Difícil, pois as chances de Fernando Collor de Mello decolar em pesquisas eleitorais são mínimas. Como saber disto? Basta olhar os índices de rejeição das mais recentes pesquisas divulgadas.
Collor e Renan Calheiros devem estar mesmo confabulando cenários que envolvem os tamanhos de seus poderes em Alagoas, já que a Terra dos Marechais não tem mais oposição...
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