Patuscada – conforme alguns dicionários – é o local de muito barulho, diversão ou farra e, por natureza, sem muita substância naquilo que por lá é dito. Logo, há muita patuscada ao se falar do cenário internacional, pois os “pitaqueiros” de plantão não perdem tempo para expor suas opiniões nesse globalismo (que é algo bem diferente de globalização).

Donald Trump se opõe ao globalismo, que é um conjunto de forças – por meio de mecanismos outros que não governos eleitos de forma legítima – que tenta impor agendas político-econômica-ideológicas aos países, fraudando democracias para construir uma espécie de “governo mundial”, com influência direta de metacapitalistas como George Soros, por exemplo. Para isso, esse conjunto de forças se utiliza de ideologias para travestir seus fins políticos.

Trump tem sido retratado pela grande mídia, ONGs etc, que são financiadas por esses agentes do globalismo, como o demônio na terra.

O senador Fernando Collor de Mello (PTC/AL), pela posição que ocupa e por estar em uma comissão que lida diretamente com as relações exteriores, mergulha no caldo das informações meramente midiáticas, talvez e função de sua pré-candidatura à presidência, para ter destaque nessa patuscada brasileira chamada de eleições. Ou será que faz parte daqueles que, apesar das evidências, trata o globalismo como “teoria da conspiração”.

A mais nova de Fernando Collor de Mello é criticar o presidente dos EUA, Donald Trump. O republicano deve ter perdido o sono por isso. Todavia, brincadeiras de lado, Collor – que já se disse um liberal – ao mesmo tempo em que critica Trump quer estabelecer relações de amizade com a Coréia do Norte, tratando como um líder legítimo o ditador Kim Jong Un.

Collor disse, conforme matéria aqui do CadaMinuto, que Trump está “nadando contra a maré da globalização”. Não, Collor. Mil vezes não! Donald Trump tem é nadado contra a maré do globalismo, o que é bem diferente. Trump é presidente dos EUA e com isso visa o fortalecimento da soberania de seu país, que é o que se espera do chefe de uma nação.

Ao Brasil, cabe saber se posicionar nesse cenário e mostrar sua força na defesa dos interesses da nação e não do estamento burocrático que comanda o país.

Diante disso, Trump tem sido firme com os mecanismos internacionais que, na busca por construir uma nova ordem mundial, usam de suas influências para impor agendas político-ideológicas – como é o caso da ONU – desrespeitando aspectos de regionalidade. Enquanto o Brasil, assumindo a posição de anão diplomático, se rende a esses mecanismos e abre espaços para Foro de São Paulo, o bloco russo-chinês, os interesses de George Soros e companhia, Trump busca sentar e negociar por meio de acordos bilaterais.

Vai errar em alguns momentos? Sim! Como Collor sabe: todos os presidentes erram e acertam. Há acertos no período de Collor na presidência, como também há erros. Porém, as políticas de Donald Trump tem produzido efeitos positivos para o seu país. O caos anunciado pela esquerda, na qual Collor faz coro, não veio; não passou de uma pantomima.

Dizer que Trump “é um presidente que não parece talhado para exercer a função com responsabilidade e a sabedoria que se exige de um chefe de Estado norte-americano” é mais que um exagero por parte de Fernando Collor de Mello. É uma bravata. Trump se colocou no cenário mundial de forma a se fazer respeitar, haja vista como tratou e trata a Coreia do Norte, sendo um dos responsáveis pelo aperto de mão entre o líder da Coréia do Sul e o ditador Kim Jong Un.

Em solo americano, vem cumprindo suas promessas (aquelas feitas em campanha). Eu sei que cumprir promessas soa como uma ofensa a muitos políticos brasileiros acostumados a mascarar a realidade, como fez a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2014.

Mas Collor – que acha que Trump não se encontra talhado para a função – é o senador da base de apoio da ex-mandatária da nação que queria estocar vento, que ajudou a desmantelar a Petrobras, que via uma figura oculta atrás de uma criança: um cachorro, enfim...a presidenta que tinha dificuldades de unir sujeito e predicado em uma frase.

Estamos falando do Collor aliado do PT e seus mensalões dentro de um projeto hegemônico de poder, que ampliou o estamento por meio de um programa ideológico que nos “venezuelanizava”. Ora Collor, isso é estar talhado a assumir uma função? Collor reproduz o discurso do complexo de vira-latas, ao achar que nossas mazelas são oriundas do “imperialismo americano”.

 Ao contrário, Collor.

Nós precisamos é de um líder legítimo que sabia com quem e como negociar, diante das potencialidades que temos, como agronegócio, as riquezas do solo etc. E aí, é natural que um líder foque nos interesses de seu povo ao sentar para conversar. Os acordos bilaterais são importantes nesse sentido.

A Comissão de Relações Exteriores, presidida por Collor, é de muita serventia se entender isso, compreendendo os aspectos do globalismo e a diferença deste para globalização.

Se assim, será natural para o Brasil resolver a questão envolvendo as tarifas impostas às importações de aço e aproximação com os Estados Unidos. Nos últimos anos, fomos nós que optamos pela distância ao focarmos em outros parceiros que levaram vantagens com facilidade pelo cunho ideológico dos governos. São parceiros como Cuba, Venezuela, dentre outros. Os interesses do país foram subjugados aos interesses ideológicos. Onde estava o crítico Collor nesse momento? Onde estava Collor para falar das relações exteriores provocadas pelo Foro de São Paulo?

Collor, ora Collor, situar o Brasil em um cenário globalista é condição – neste momento! – primeira para se pleitear o cargo de mandatário do país. Porém, o Collor que critica Trump é o que quer estabelecer profundas relações de amizades com a Coréia do Norte. Será o regime ditatorial de Kim Jong Un a parceria para resolver a questão do aço? Será Collor o promotor da paz mundial? Bravata pura!

Collor realmente acredita na abertura da Coréia do Norte para o mundo? E o pior: acredita que como protagonista deste processo temos o que ganhar em um acordo de cooperação econômica e técnica? O senador do PTC deveria estar mais preocupado em responder sobre os detalhes de sua proposta, sobretudo quando quer ser presidente.

É claro que não podemos deixar de participar dessas conversas nesse momento. Nisso, a Comissão presidida por Collor está correta. Mas, participar de que forma? Ao que me parece, Collor tem mais simpatia por Kim do que por Trump. E aí, Collor está mais para um PCdoB do que para uma visão liberal...

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