Eis que o CadaMinuto veicula uma matéria em que um promotor de Justiça de Alagoas foi agredido em um assalto após ter sido identificado por bandidos fortemente armados. Isto por si só – a julgar pelas primeiras informações – mostra um pouco da natureza do mal daqueles que, comumente, são apontados como “vítimas da sociedade”, como se não fossem responsáveis por suas escolhas.

Ou seja: não satisfeitos em roubar, passaram o recado sobre como tratam a vítima a depender do que ela represente. O promotor foi agredido por ali representar o conceito de Justiça, pouco importando os valores que previamente ele carrega. Nem sei quais são.

O crime tem um culpado: o criminoso que escolhe, de forma deliberada, delinquir. É este que precisa ser combatido e preso. Bandido bom é bandido preso. A sensação de impunidade, insegurança associada a uma população completamente entregue e sem possibilidade de legítima defesa só faz aumentar a ousadia dos criminosos.

Com o tempo, esses passam a ter desculpas na ponta da língua para a crueldade assumida, como o famoso bordão: “a vítima reagiu”. Neste caso, pelas primeiras informações, nem reação houve. Bastou que os bandidos identificassem a profissão da vítima para que o agredissem. Graças a Deus não ocorreu algo pior.

O promotor de Justiça João Batista Filho, que atua em Delmiro Gouveia, entra para as estatísticas. Nesses números, qualquer um de nós pode se fazer presente. E há ainda quem relativize situações dentro de um país em que os índices de criminalidade são alarmantes. Principalmente quando os dados falam de crimes contra a vida, a propriedade e a liberdade, direitos naturais básicos a serem defendidos em uma democracia que se quer séria.

 Ainda não há maiores detalhes sobre o crime. O que se sabe é que João Batista Filho foi parado por criminosos em uma rodovia estadual, nas proximidades do município sergipano de Poço Redondo, no dia de ontem.

Os bandidos levaram o seu veículo. Na sequência – segundo a Polícia Militar de Sergipe – identificaram o promotor. Armados com espingarda e pistolas, agrediram João Batista simplesmente pelo cargo que ocupa, mostrando o completo desprezo e desrespeito por qualquer autoridade constituída.

É novidade isso nesse país? Não! Recentemente, na chamada “Vira Cultural”, um carro da Polícia Militar foi completamente destruído por vândalos. Tudo isso fruto do discurso que demoniza as forças da segurança pública.

No caso da mãe que reagiu ao assalto e eliminou a ameaça ao matar o assaltante, houve discursos ideológicos que trataram aquela mulher como uma criminosa e não como alguém que buscava defender a si mesmo e as pessoas – incluindo crianças – que naquela cena se encontravam. Como se o bandido – que escolhe deliberadamente praticar o crime – não soubesse o risco ao qual está exposto e o assumisse.

Em plena luz do dia, um bandido ameaçou mães e crianças. O mais grave – para uma meia-dúzia de intelectuais de plantão – foi uma das mães, que é policial, reagir. Querendo ou não, certos discursos legitimam a ação do criminoso e faz com que ele se sinta confortável em sua ação porque vai encontrar quem o defenda.

Afinal, até mesmo uma dita “filósofa” – a Márcia Tiburi – chegou a dizer que defendia o assalto por haver nele uma “certa lógica”, culpando o livre-mercado pela criminalidade. A mesma “balela” de quem relativiza o conceito de “cidadão de bem” até se ver vítima de criminosos e ter que ligar para Polícia Militar quando percebe que o Batman não virá em seu socorro.

Neste caso, o sujeito inteligentinho que se vê vítima de bandidos não relativiza sua condição de vítima e deixa sua hipocrisia muito bem exposta.

O caso de João Batista abre reflexões. Ele é a vítima! Ponto final! A ousadia dos criminosos, que – ainda segundo as primeiras informações – partem para agressão em função de ele ser um promotor, mostra a situação na qual toda e qualquer pessoa que, direta ou indiretamente, trabalha com a segurança pública se encontra.

Mas, já vimos declarações na imprensa de que o policial só pode atirar após ser alvejado. O desfecho desse caso poderia ser pior. Graças a Deus que não foi. É, Graças a Deus! Afinal, ainda é com quem contamos, pois cada vez mais o direito à legítima defesa é relativizado, os bandidos são postos como vítimas e o cidadão é emparedado e perde sua liberdade nesse país.

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